Luanda – A abertura do canal de Cafu, sistema de captação e transferência de água do rio Cunene para várias povoações, constituiu uma das principais estratégias do Executivo, nos últimos cinco anos, para pôr fim à estiagem no centro e sul de Angola
O canal, inaugurado em Abril deste ano pelo Presidente da República, João Lourenço, consiste num sistema de captação e transferência de água do rio Cunene para várias povoações, através de um canal adutor com 160 km de extensão, ao longo dos quais foram construídas 30 chimpacas (locais para abeberamento do gado), com capacidade para 30 milhões de litros cada.
A construção do canal destinado a acabar com o sofrimento das populações do sul do país, que durante anos passaram por privações alimentares e água, constituiu uma das principais metas do Executivo, nos últimos cinco anos de governação.
Com uma duração de execução de 74 meses, um orçamento de mais de cinco mil milhões de dólares e uma abrangência para as províncias do Cunene, Namibe e Huíla, a obra foi lançada em 15 de Novembro de 2019.
O projecto foi prolongado em mais cinco quilómetros e uma chimpaca na localidade de Okanguiti, Ndombondola, sem alteração do valor contratual, o que totaliza uma extensão de 165 quilómetros de canais e 31 chimpacas.
Actualmente, com o canal do Cafu há irrigação dos campos, água para o gado e para as populações que começam a voltar para as suas localidades.
O canal do Cafu é a única solução estruturada encontrada para o combate à seca ao longo dos 47 anos de independência.
A seca severa foi causadora de centenas de vítimas mortais nas zonas mais críticas do país e de centenas de famílias sem ter o que comer e obrigada à transumância.
Por causa da seca, milhares de crianças foram obrigadas a abandonaram as escolas e sofrem de subnutrição aguda e mais de um milhão de pessoas, no centro e sul de Angola, precisaram de ajuda alimentar de emergência.
O grito de socorro juntou a sociedade, que motivada pelo departamento ministerial, mobilizou-se e procedeu à uma recolha de roupa usada e produtos alimentares que serviram para apoiar as vítimas da seca no sul de Angola.