Lobito - Cinquenta e sete bebés nascidos no primeiro trimestre deste ano, na cidade do Lobito (Benguela), ficaram livres do HIV/SIDA, no âmbito da campanha "Nascer livre para brilhar", soube a ANGOP, esta quinta-feira.
Segundo a directora municipal da Saúde, Maria Fernanda, neste ano houve um acréscimo de 37 bebés livres da doença, em relação ao mesmo período do ano passado.
"É a partir do primeiro dia da consulta pré-natal que detectamos que a mãe é seropositiva e daí fizemos o acompanhamento mensalmente", revelou.
A directora informou que as parturientes devem aparecer na Marternidade duas vezes por mês, para o seu acompanhamento, assim como do bebé.
"Elas vão tomar alguns retrovirais até aos dezoito meses e se cumprirem com o procedimento, o bebé poderá ficar livre do HIV. Se o teste for negativo, consideramos "Nascer livre para brilhar", esclareceu.
Questionada sobre o stock de retrovirais, afirmou que o sector é abastecido trimestralmente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
"Não temos rotura de medicamentos, tanto para o HIV, como para a Malária e a Tuberculose", garantiu.
A campanha "Nascer livre para brilhar" foi lançada em Dezembro de 2018, no Luena, província do Moxico, pela Primeira-Dama da República de Angola, Ana Dias dos Santos.
O objectivo principal da campanha é a redução da transmissão do HIV/SIDA da mãe para o filho.
A mesma visa trazer à consciência e priorizar a problemática vivida por todos os países africanos e reforçar o compromisso político destas nações, no que diz respeito à redução da mortalidade materno-infantil por essa doença.
Planeamento familiar
O planeamento familiar teve um registo, no primeiro trimestre deste ano, de cinco mil e 773 consultas, contra as 228 do período homólogo de 2023.
A directora afirmou que este efeito deveu-se à campanha de sensibilização levada a cabo pela instituição, através de palestras nas unidades sanitárias, igrejas, inclusive nas rádios.
Disse, no entanto, que ainda existem parturientes, fundamentalmente nas comunas e aldeias, que se recusam a aderir ao planeamento familiar por não perceberem o seu benefício.
"Toda mulher, depois de cinco partos, está numa fase de alto risco", alertou a médica.
Lembrou que ainda "há mulheres que pensam que fazer filho é riqueza e isso preocupa- nos".
A médica explicou que a mesma situação acontece com a consulta pré-natal, onde poucas mulheres completam as seis, estipuladas pelo Ministério da Saúde.
"Depois da segunda consulta, elas começam a falhar, algumas delas alegando que vão vender no mercado porque não têm nada para comer", explicou.
A consulta pré-natal tem como objectivo acompanhar a mãe, a partir do momento em que engravida, e o bebé, até aos três meses após o seu nascimento, que são as consultas pós-parto.
Fez saber que, neste acompanhamento, são analisdas todas as patologias de ambos, com realçe ao desempenho do bebé. TC/CRB