Luanda - O bispo da Igreja Tocoista, Dom Afonso Nunes, encorajou, esta sexta-feira, os povos africanos a continuarem a lutar pela sua auto-afirmação, a fim de deixarem de depender de ajudas externas.
Ao intervir numa palestra sobre o caminho sinuoso trilhado desde a efusão do espírito Santo em África, inserida nas actividades alusivas ao 72 aniversário da relembrança desta igreja, afirmou que os africanos não se devem envergonhar do seu continente.
Desde os primórdios das independências dos Estados africanos, estes têm tido forte dependência económica dos países ocidentais, devido, sobretudo, a sua fraca capacidade técnica e tecnológica.
O continente é conhecido por dispor de muitas riquezas naturais e minerais, mas, até ao momento, grande parte das suas matéria-primas são exportadas, em bruto, e transformadas fora do continente.
Fazem parte das riquezas de Africa, entre outros recursos, o ouro, diamante, petróleo, água e a madeira, materias-primas que servem de suporte às grandes indústrias e aos principais mercados no mundo.
De acordo com o líder tocoista, diante dessa forte dependência de África, há necessidade de os africanos resgatarem os valores políticos, culturais e éticos defendidos pelos panafricanistas.
"A Igreja Tocoista fez grandes sacrifícios para que o africano fosse valorizado em todos os sentidos, mas, infelizmente, ainda não conseguimos alcançar este desiderato", sustentou o líder religioso.
Noutro domínio, considerou positivo o percurso da congregação que lidera, na medida em que se expandiu por todos os continentes, assim como fez uma grande aposta na formação de quadros e na saúde.
Destacou, a esse respeito, os ganhos obtidos pela igreja com a criação de projectos agro-pecuários e as acções de combate ao analfabetismo.