Adis Abeba – A Bienal de Luanda contribuirá para a implementação da estratégia Operacional da UNESCO e dos seus programas definidos como prioridades para África (2022-2029), nomeadamente a promoção do património cultural e o reforço do ensino superior e das capacidades do continente, afirmou, na sexta-feira, o embaixador de Angola na Etiópia, Miguel César Domingos Bembe.
O também e Representante Permanente de Angola junto da União Africana (UA) e da UNECA, que falava no colóquio denominado “Indústrias Culturais e Criativas e a Restituição do Património Cultural Africano”, sob a égide da UNESCO, UA e Organização Internacional da Francofonia, enfatizou que espera-se como um dos resultados, a médio e longo prazo, a criação de uma visão inclusiva da história e do património africano.
O referido fórum vai decorrer de 22 a 24 de Novembro próximo sob o lema “educação, cultura de paz e cidadania africana como ferramentas para o desenvolvimento sustentável do continente”.
Num outro domínio, o embaixador da França nesta capital, Rémi Maréchaux, que participou, também, no colóquio, deu boa nota do gesto de Angola em doar ao seu país duas obras de arte (esculturas) que pertenciam ao Palácio de Versalhes.
Formalmente entregues a 4 de Fevereiro de 2022 pelo ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau, as esculturas encontravam-se nos jardins da Embaixada de Angola em Paris desde 1979.
As duas obras de arte, um conjunto escultórico denominado “Zéphyr, Flore et l’Amour” e a escultura “l’Abondance”, procuradas há quase dois séculos, foram encomendas pelos reis Luís XIV e Luís XV para decorarem os jardins dos castelos, fazendo parte do património de Versalhes que ficou disperso no decurso da revolução francesa.
Na ocasião, o governante angolano declarou que as obras de elevada relevância patrimonial regressam ao seu lugar de origem. “Cada povo tem o seu indiscutível direito de usufruir do seu próprio património, já que a identidade de um povo é o seu maior garante de soberania", disse, na altura, Filipe Zau.
Recordar que a 3ª edição da Bienal de Luanda contará com palestras, conferências e debates, assim como eventos paralelos voltados ao sector privado e à academia.
O evento, numa promoção conjunta entre Angola, a UA e a UNESCO, tem como finalidade contribuir para a construção e realização de uma África integrada, pacífica e próspera, em que os seus filhos assumem uma posição assertiva e solidária na transformação económica e social do continente.
A 3ª edição terá a participação de mais de 600 entidades. VM