Luanda – A III edição do Fórum Pan-Africano para a Cultura da Paz e Não-Violência - Bienal de Luanda, promovida por Angola e que contou com a presença de Chefes de Estados e de governos de países africanos, entre outros, constituiu o destaque da semana que hoje, sábado, termina.
O evento congregou, durante três dias, cerca de 850 participantes, entre os quais três (3) Chefes de Estados, chefes de governo, responsáveis da União Africana, da UNESCO, da Organização das Nações Unidas, entre outras individualidades da diáspora africana, de 63 países, e 80 parceiros.
A cerimónia de abertura foi orientada pelo Presidente de Angola, João Lourenço, na presença dos homólogos de Cabo Verde, José Maria Neves, de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, do Presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat.
Os responsáveis interagiram com os jovens idos de vários países africanos sobre temas ligados a paz, educação, ambiente, desenvolvimento económico e tecnologia.
Os ex-presidentes de Moçambique, Joaquim Chissano, da Nigéria, Olusegun Obasanjo, do Malawi, Joyce Banda, e o conselheiro da União Africana, Kgalema Motlanthe, também participaram do evento.
Ao responder uma questão sobre o contributo de Angola para a redução de gases poluentes, o Presidente da República, João Lourenço, anunciou o arranque, no próximo ano, de um projecto de exploração do Hidrogénio Verde na localidade da Barra do Dande, capital do Bengo.
O Chefe de Estado explicou que o projecto será desenvolvido pela Sonangol, o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleos e Gás e por uma empresa alemã, com objectivo de servir o mercado interno e exportar energia verde para a Europa e outros consumidores do mundo.
Na sua abordagem, João Lourenço disse que, com o mesmo propósito, Angola vai assinar, na Cimeira da COP 28, a decorrer este mês, no Dubai, uma iniciativa que existe sobre a necessidade de descarbonização do petróleo e gás.
A 3ª Bienal abordou painéis como “O papel da mulher nos processos de paz, segurança e desenvolvimento”, “O processo de transformação dos sistemas educativos: práticas inovadoras e financiamento no contexto africano”, “Os desafios e oportunidades da integração do continente africano e as perspectivas de crescimento económico” e a “alterações climáticas, desafios éticos, impacto, adaptação e vulnerabilidade”.
O Hotel Intercontinental foi o palco do evento que contou com uma exposição, da artista plástica nacional Fineza Teta, de quadros feitos com tintas acrílicas, esculturas e outros tipos de peças que predominam na cultura angolana e africana.
Outro destaque da semana foi a posição da ministra de Estado para o Sector Social, Dalva Ringote, sobre a proposta do Orçamento Geral do Estado para 2024, elaborada pelo Governo angolano e que se encontra em debate no Parlamento.
Ao responder aos deputados, durante a apreciação do OGE na especialidade, disse tratar-se de uma planificação objectiva, que tem o sector social no centro da agenda.
Dalva Ringote lembrou que o sector social tem cerca de 20 por cento do total do OGE2024, que estima receitas e despesas na ordem dos 24.7 biliões de kwanzas, o que representa um aumento de três por cento.
O anúncio da formação de 38 mil profissionais da Saúde, até 2027, no quadro do Plano de Formação Emergencial implementado pelo Executivo, mereceu também destaque.
O secretário de Estado da Saúde para área Hospital, Leonardo Inocêncio, falando no III congresso do Hospital Josina Machel, realizado sob o lema “Foco nos cuidados de saúde e comunicação eficiente”, explicou que a formação está distribuída nas distintas categorias, nomeadamente médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e regime geral.
Neste grupo de profissionais que estão a ser formados inclui especialidades com grande carência como nas áreas de geriatria, reumatologia, anestesiologia, cirurgia geral e ginecologia obstetrícia.
Ainda nesta semana, o Ministério da Educação repudiou todos os actos de violência física, psicológica e moral contra os professores, solicitando o devido respeito e consideração desta figura, sobretudo por parte dos pais, encarregados de educação e das famílias.
Numa mensagem por ocasião do Dia Nacional do Educador, referiu que a aposta na formação do capital humano é um desafio que tem contado com a entrega e trabalho abnegado dos Agentes da Educação, cujo mérito é diariamente comemorado nos níveis de desenvolvimento e progresso do país.
Afirmou que a data serve para expressar gratidão e reconhecimento aos educadores dedicados, que desempenham um papel fundamental na vida de todos e de cada um, moldando, com a sua paixão, paciência e comprometimento, as mentes, inspirando sonhos com marcas duradouras.
Outro destaque foi a assinatura, pelo Ministério do Ensino Superior, Ciências, Tecnologia e Inovação, de um acordo de apoio técnico específico com a empresa Athena Swiss, para a gestão do primeiro Centro de Ciência do país.
O acto de assinatura do acordo coube ao director-geral do Centro de Ciência de Luanda, Domingos da Silva Neto, e a representante da Athena Swiss, Patrícia Barbeitos, testemunhado pela ministra do Ensino Superior, Ciências, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Bragança.
Após a assinatura, Maria do Rosário Bragança destacou que o contrato representa um momento importante no desenvolvimento dos recursos humanos angolanos, uma vez que a empresa contratada vai cingir-se também na capacitação dos funcionários, com vista a assumir, posteriormente, a gestão da instituição.
O futuro Centro de Ciência e Tecnologia de Luanda está a ser erguido no local em que antes funcionou a fábrica de sabões da Companhia Geral de Angola, uma unidade industrial estabelecida em 1925.OHA
