Benguela vai ter cooperativas de catadores de lixo no próximo ano

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  • Benguela • Quinta, 19 Outubro de 2023 | 11h26
Catadores de lixo (Arquivo)
Catadores de lixo (Arquivo)
Rosário dos Santos

Benguela – As primeiras cooperativas de catadores de lixo, na província de Benguela, poderão ser criadas a partir de 2024, com vista a valorizar e dignificar este trabalho, anunciou, esta quarta-feira, a directora do Ambiente, Mariza Kinzimba.

Em declarações à ANGOP, a responsável do Gabinete do Ambiente, Gestão de Resíduos Sólidos e Serviços Comunitários disse que os catadores de materiais recicláveis estão a ser alvo de um intenso trabalho de sensibilização e conscientização sobre as vantagens da criação das cooperativas.

Porém, a também engenheira ambiental admite que alguns catadores estão cépticos com a ideia, enquanto outros estão interessados dada a possibilidade de financiamento junto dos bancos comerciais.

Mesmo assim, explicou que o trabalho de identificação e conscientização dos catadores continua com o envolvimento das administrações municipais de Benguela, Lobito, Catumbela e Baía Farta, no litoral.

O próximo passo é a formação, no quadro do Projecto de Integração de Catadores (PICAR), com a gestora do Ambiente em Benguela a avançar que se tem trabalhado, sobretudo, com as comunidades para mudar um pouco o paradigma de apenas descartar os resíduos.

Além da formação, Mariza Kinzimba fez saber igualmente que o PICAR tem disponibilizado equipamentos para os catadores poderem trabalhar de forma organizada e melhorar a sua renda e, por conseguinte, as condições de vida.  

No fundo, a engenheira ambiental frisou que se pretende fomentar a valorização dos resíduos, ou seja, a sua separação a partir da fonte geradora, tal como tentam fazer os catadores dia-a-dia.

Como ainda fazem este trabalho sem a devida orientação, a entrevistada considera importante criar cooperativas, para melhorar o processo de separação dos resíduos por parte das dezenas de catadores.

E deu a conhecer que as cooperativas de catadores de lixo já existem em Luanda, e Benguela decidiu seguir a mesma estratégia, para dignificar quem faz da recolha e venda de resíduos às empresas como um meio de subsistência.

Prevendo que cada cooperativa possa vir a contar com 10 ou 15 elementos, a directora do Ambiente adianta que o trabalho de separar os resíduos na fonte geradora, por exemplo, em casa, devia ser feito por toda a população.

“Mesmo inocentemente, eles têm feito este trabalho nas lixeiras e em contentores urbanos onde fazem a recolha do lixo”, referiu.  

Défice de meios

Quanto ao défice de contentores de lixo tanto na periferia das cidades de Benguela, Lobito, Catumbela e Baía Farta, como no casco urbano, a directora do Ambiente reconheceu o problema.

Mas afiançou que o Governo Provincial de Benguela tem vindo gradualmente a aumentar a frota de equipamentos nestas localidades, com a introdução de mais meios, como camiões e contentores.

Em seu entender, a insuficiência de meios é uma das razões por trás da estratégia do Ambiente de maior valorização.

“Porque se formos apenas no descarte não teremos capacidade de albergar todo o resíduo que será gerado”, avisou.

Bairros críticos

Mariza Kinzimba admite, por outro lado, a situação crítica nos bairros por onde passam valas de drenagem, não obstante que as autoridades estejam a trabalhar para mitigar os notáveis focos de lixo.

Aliás, salientou que as atenções estão voltadas para estes bairros críticos, já que, a seu ver, é junto das valas de drenagem onde há maior taxa de descarte de resíduos e dificuldades.

Produção de resíduos

As estimativas do Gabinete do Ambiente e Gestão de Resíduos Sólidos apontam para cerca de 20 mil toneladas de resíduos recolhidos/mês, resultantes exclusivamente da recolha feita por camiões nas quatro cidades do litoral de Benguela.

Mariza Kinzimba pensa que a quantidade seja maior que esta, uma vez que Benguela não tem uma balança para pesar os resíduos recolhidos e as estimativas baseiam-se na capacidade dos camiões e no número de viagens que fazem.

“Temos essas dificuldades na gestão por conta das infra-estruturas”, assumiu. E acrescenta que, apesar do défice, o trabalho tem sido feito nas mínimas condições possíveis e “muita coisa” já melhorou. JH/CRB 

 





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