Benguela – Em média, quatro mil cães são vacinados, mensalmente, contra várias doenças, principalmente a raiva, na província de Benguela, pelo Instituto dos Serviços de Veterinária (ISV), soube a ANGOP, esta quarta-feira.
A informação é da chefe do Instituto dos Serviços de Veterinária em Benguela, Elisabete Conde, em entrevista à ANGOP sobre os preparativos da Campanha Nacional de Vacinação Animal contra a raiva, que arranca brevemente em todo o país.
Financiada pelo Banco Mundial, a iniciativa enquadra-se no âmbito do Projecto Regional de Melhoria de Sistemas de Vigilância de Doenças (REDISSE IV – Angola), que envolve os ministérios da Saúde, da Agricultura e Florestas, e do Ambiente.
Todavia, a responsável elogia a adesão da população aos serviços de medicina veterinária, o que, como referiu, tem permitido a imunização dos canídeos e felinos, e o controlo da raiva.
Ainda assim, encara a média mensal de cães vacinados como insuficiente, argumentando que os números do Censo 2014 estimam em mais de 150 mil a população canina na província de Benguela.
Muitas vezes, adiantou, a instituição promove campanhas de vacinação de rotina na periferia, durante um mês, chegando a imunizar sete mil cães, como foi no início de 2023.
“Não temos muitas razões de queixa, porque as pessoas afluem aos serviços”, precisou, preocupada com os munícipes que encontram dificuldades de levar os animais à vacinação, por viver em bairros muito afastados do centro da cidade.
Situação da raiva
Sobre o quadro actual da raiva animal na província, ela desdramatiza a situação, pois não é assim tão alarmante, na medida em que são registados dois a três casos de cães suspeitos, semestralmente.
Mas avisa que isso não significa que os serviços devem cruzar os braços, até porque, como fez crer, bastariam dois ou três cães ou gatos suspeitos para dizimar muitas vidas.
Com zero casos de felinos suspeitos na província, a interlocutora também chama a atenção para a existência de muitos cães errantes, o que representa um perigo à saúde pública.
“Geralmente, quando alguém é mordido, a comunidade mata o animal”, diz, queixando-se de que, assim, o caso escapa ao controlo da instituição.
Aliás, realçou que, por vezes, o Instituto dos Serviços de Veterinária só se apercebe de que há casos de raiva humana transmitida por animais, graças à boa interacção com os serviços de saúde. JH/CRB