Benguela quer formação profissional como alavanca da empregabilidade

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  • Benguela • Quarta, 11 Outubro de 2023 | 18h35
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Evaristo Calopa Mário, administrador municipal do Lobito
Evaristo Calopa Mário, administrador municipal do Lobito
José Honório-ANGOP
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Empresário Adérito Areias
Empresário Adérito Areias
José Honório-ANGOP
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Director geral do  INEFOP,  Manuel Mbangui Foto De Antonio Escrivao
Director geral do INEFOP, Manuel Mbangui Foto De Antonio Escrivao
Antonio Escrivão

Benguela – Vários sectores da sociedade em Benguela sugeriram, esta quarta-feira, ao Governo, tornar a formação técnica e profissional dos jovens como alavanca para a empregabilidade, de forma a dar respostas às necessidades do país.

Esta visão foi partilhada durante uma auscultação sobre a Agenda Nacional para o Emprego, promovida pelo Governo Provincial de Benguela, com o objectivo de permitir à sociedade civil contribuir para o enriquecimento da proposta, antes da sua aprovação pelo Conselho de Ministros.

Baseado em três princípios, como a dignidade da pessoa humana, produtividade e sustentabilidade do trabalho, o documento apresenta as directrizes do Estado Angolano em matéria do emprego, numa perspectiva de proporcionar um ambiente mobilizador e catalisador das iniciativas públicas e privadas.

Intervindo no acto, orientado pelo governador provincial de Benguela, Luís Nunes, na presença do director-geral do Instituto Nacional do Emprego e de Formação Profissional (INEFOP), Manuel Mbangui, o administrador municipal do Lobito, Evaristo Calopa Mário, defende que, para combater o desemprego, deve-se definir estratégias para o desenvolvimento de competências alinhadas à necessidade do emprego.

Daí ter o responsável sugerido a intensificação de investimento na formação técnica e profissional, isto é, em equipamentos tecnológicos, com o engajamento dos sectores da educação e do ensino superior.

Como a formação média técnico-profissional e básica têm a componente tecnológica e prática, o administrador do Lobito reforça a ideia de que é preciso investir, por exemplo, em laboratórios e oficinas, de maneira a potenciar os jovens com experiência e permitir o seu enquadramento no mercado de trabalho.

Também o empresário do sector pesqueiro Adérito Areias alinha pelo mesmo diapasão, mas olha com preocupação para o facto de a oferta formativa das universidades passar ao lado da formação técnica e profissional da juventude, tendo em vista as necessidades do sector produtivo.

“Quantos engenheiros, veterinários, agrônomos formamos nos cursos superiores?”, questiona Adérito Areias, ao mesmo tempo que alerta sobre a gritante falta de técnicos médios no ramo da produção, como canalizadores, soldadores, electricistas e mecânicos, uma situação que carece de mudança.

Por outro lado, o empresário sublinhou a importância da construção civil como um sector que pode vir a ser um dos grandes pólos de empregabilidade, gerando postos de trabalho para muita gente, a par da agricultura e do comércio.

Já o empresário do ramo hoteleiro, Jorge Gabriel, encoraja o Governo a adequar a formação dos jovens às necessidades pontuais do país, no âmbito desta agenda para o emprego.

É que, segundo ele, hoje em dia, todos querem ser médicos, esquecendo-se de que uma sociedade deve ter técnicos médios e básicos como serralheiros, carpinteiros, pedreiros e agricultores.

Líder da Associação dos Empresários do ramo da Hotelaria e Turismo de Benguela, Jorge Gabriel lamenta, ainda, que as oficinas de artes e ofícios quer na Casa do Gaiato, quer na antiga escola da Liga, estejam abandonadas, tal como os centros de formação profissional na Catumbela, o que atira os jovens à criminalidade.

Quem corrobora a opinião é o secretário do Conselho Municipal da Juventude na Catumbela, Mateus Chipuco, referindo que os centros de formação deveriam oferecer cursos técnicos que correspondam às necessidades das comunidades e, com isso, atrair mais jovens e evitar que fiquem subaproveitados.

Quanto ao desemprego que afecta os jovens, o conselheiro pediu que a Agenda Nacional para o Emprego contemplasse um apoio para as empresas privadas conseguirem manter o emprego em situação de crise, além da redução da burocracia no acesso ao financiamento dos projectos da juventude.

Taxa de natalidade

Visto que as estimativas actuais do crescimento demográfico no país apontam para mais de três por cento, o gestor de empresas Totas Garrido propõe a inclusão na Agenda Nacional para o Emprego de um quinto pilar, nomeadamente o do controlo da taxa de natalidade.

Outro aspecto, disse, é a promoção da mão-de-obra intensiva para os mais jovens e o grande foco são os sectores da prestação de serviços e turismo, sem descurar a agricultura e pescas como grandes pilares, bem como a construção civil.

Contribuições

Em resposta às contribuições apresentadas, o director-geral do INEFOP concorda com a necessidade de intensificar as acções no domínio da formação técnica e profissional média e superior, para atender às reais necessidades do desenvolvimento da província de Benguela.

Manuel Mbangui sublinhou ainda a necessidade do aproveitamento do potencial do Corredor do Lobito, para a promoção e criação de novos empregos.

“Saímos daqui satisfeitos e todas estas contribuições vão ser acolhidas para fazer o documento orientador, que será a Agenda Nacional para o Emprego”, referiu.

A expectativa, frisou, é que a agenda seja um instrumento de coordenação das acções do Executivo e de orientação macro e micro económica na criação de emprego.

Com isso, acredita que se vai clarificar o papel do Estado no mercado de trabalho e o emprego poderá e deverá ser criado no sector produtivo da economia. JH/CRB

 





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