Luanda - O Banco Mundial aprovou um Financiamento de Projectos de Investimento (IPF) de 250 milhões de dólares para apoiar os esforços de Angola para o empoderamento de meninas e combater à pobreza na aprendizagem, agendas gêmeas no centro da dinamização do capital humano do país.
O projecto, de acordo com o documento a que ANGOP teve acesso, é composto por três componentes, sendo a primeira voltada para a melhoria do acesso aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, ao mesmo tempo que reforça a informação e o conhecimento de raparigas, rapazes, pais e líderes comunitários para impulsionar a aceitação destes serviços.
Para os jovens fora da escola, o projecto aumenta a educação de segunda oportunidade, incorporando competências para a vida e informação sobre saúde dos adolescentes.
Introduz também um programa de bolsas de estudo que atinge 900 mil jovens que entram na escola secundária, com um bónus de inscrição para raparigas.
No âmbito da segunda componente, será prestado apoio para melhorar o ensino e a aprendizagem, e serão construídas três mil novas salas de aula.
Já a terceira componente assegura um acompanhamento e gestão eficiente do projecto e apoia a investigação para informar o desenvolvimento da política de educação.
Angola tem uma pontuação de 36 no Índice de Capital Humano considerado, dramaticamente, inferior ao que o seu PIB prevê e abaixo da média da África Subsaariana, de acordo com o documento do Banco Mundial (BM).
Ainda assim, o BM reconhece que o Plano de Desenvolvimento Nacional revisto do Governo (2018-2022) dá prioridade aos investimentos em capital humano, com ênfase no empoderamento das raparigas e das mulheres.
Para a instituição, o financiamento marca o primeiro investimento abrangente nesta área, expandindo tanto a oferta como a procura de serviços de saúde e educação, utilizando uma abordagem especial com enfoque em municípios considerados vulneráveis.
“Não há caminho mais directo para se alcançar a prosperidade futura de Angola do que empoderar as meninas”, disse Jean-Christophe Carret, Director do Banco Mundial para Angola.
Segundo o responsável, manter as meninas na escola é a melhor maneira de eliminar o casamento precoce e resulta em menos gravidezes na adolescência, que estão correlacionadas com alta mortalidade materna, e em bebés que nascem com peso inferior ao normal.
O ciclo virtuoso desencadeado pelo empoderamento das meninas é vasto e auto-perpetuante.
Ainda de acordo com o BM, o projecto surge num momento crucial para Angola, pois as restrições impostas devido ao Covid-19 corre o risco de acelerar a taxa de abandono escolar de raparigas adolescentes e contribuir para perdas de aprendizagem para um número incalculável de estudantes.
Em Angola, o BM já financiou várias iniciativas voltadas para a Economia e aspectos sociais, como melhoria do abastecimento de água, do fornecimento de energia, combate à pobreza, entre outros.