Lubango – As autoridades sanitárias da Huíla estão com dificuldades para identificar nove corpos carbonizados no acidente da última sexta-feira, devido à inoperância do laboratório de medicina legal, para testes de ADN.
Passados quatro dias, apenas dois, dos 11 mortos, foram identificados pelas famílias, por terem sido projectados da viatura, quando se deu a colisão, não sendo afectados pela chama que deflagrou a seguir.
O laboratório do Departamento de Medicina Legal, afecto ao Serviço de Investigação Criminal (SIC) da Huíla, não funciona desde o início do ano, situação que está a atrasar a liberação dos cadáveres.
Segundo o responsável do referido serviço, o médico-legista António Francisco Pascoal, o Departamento de Medicina Legal “está encerrado por motivos alheios à sua competência, desde 23 de Fevereiro último”.
Assinalou que perante a magnitude do problema, do ponto de vista técnico e pericial, essa é uma situação de desastre de massas que exige uma resposta célere, de forma a devolver a paz social às famílias.
“Esse acidente traz para nós um conjunto de situações e um grande desafio do ponto de vista médico-legal e social, que tem a ver com a identificação das pessoas, pois foram eliminados completamente os sinais de identificação ocular nas vítimas, pelo que só seria possível com exames de identificação de perfis genéticos”, frisou.
O médico ressaltou que a medicina legal é um observatório “privilegiado” para situações de violência e uma componente importante para assegurar a justiça social, por isso, pela sua localização geo-estratégica “é merecedora” de uma entidade própria com capacidade própria para revolver situações do género.
Salientou que o país tem essa ferramenta disponível, em Luanda, é cara e tecnicamente não seria possível colocar em todas províncias, mas pode-se priorizar centros regionais.
O acidente envolveu uma viatura ao serviço de táxi, e um camião de mercadoria, na localidade de Mateta, no troço Toco/Quilómetro 40, Estrada Nacional 280. MS