Benguela - Maior celeridade na recuperação da Estrada Nacional Nº 105 e na construção da ponte sobre o rio Cutembo, no município do Chongoroi, é o desejo de automobilistas, apurou domingo, a ANGOP.
Segundo motoristas interpelados ao longo da via, são já visíveis melhorias no tapete asfáltico, que tem beneficiado de trabalhos de tapa-buracos, encurtando o tempo de viagem entre a cidade de Benguela e o município do Chongoroi, localizado mais a sul da província de Benguela.
Para Mateus Adriano, motorista de uma viatura ligeira, a viagem entre a cidade de Benguela e o Chongoroi hoje dura cerca de hora e meia, num troço em que antes levava mais do dobro desse tempo em função dos inúmeros buracos que apresentava.
“Está-se a fazer um trabalho razoável e actualmente viaja-se com mais conforto entre Benguela e Chongoroi, mas é preciso imprimir maior rapidez na reabilitação da via, uma vez que se aproximam as chuvas e há desvios para estrada de terra batida, onde a circulação pode complicar-se”, disse.
Na mesma senda, referiu que a obra da nova ponte sobre o rio Cutembo, que interliga as províncias de Benguela e da Huía, deve merecer atenção especial, por ser uma via internacional.
“Volta e meia, quando chove com intensidade no interior, a via alternativa apresenta problemas, cortando a ligação entre as duas províncias e provocando sérios transtornos no transporte de pessoas e bens”, referiu.
Por isso, apela à empreiteira no sentido de acelerar a construção da nova ponte, com vista a garantir maior fluidez no trânsito e eliminar os transtornos constantes.
José Lussati, igualmente motorista, reconhece melhorias na circulação rodoviária ao longo da EN 105, embora seja de opinião que, ao invés de tapa-buracos, deveria surgir uma nova estrada, mais larga, dentro dos padrões dos países da SADC.
“Não sabemos a durabilidade desses remendos que estão a ser feitos na via. Na minha opinião, deviam ser construídas novas estradas, mais largas e com a devida sinalização”, disse.
Relativamente à ponte sobre o rio Cutembo, aprova a construção de uma nova ponte, mas também exige celeridade na sua execução.
“Essa obra já deve ter cerca de seis meses. Acredito que com empenho, pagamento a tempo à empreiteira e disponibilização de homens e máquinas, já deveria estar concluída”, advogou.
Para Nelson Januário, há pouco dinamismo das empreiteiras e poucos homens e máquinas a trabalhar.
O automobilista disse acreditar que, caso houvesse maior disponibilidade de mão-de-obra e meios, tanto a EN 105 como a ponte do Cutembo, já estariam concluídas.
Ainda assim, dá nota positiva ao trabalho que está a ser feito, por reduzir a duração da viagem entre as províncias de Benguela e da Huíla.
Entretanto, segundo uma fonte da empreiteira contactada pela ANGOP, a obra de construção da nova ponte sobre o rio Cutembo, na EN 105, tem já uma execução de 60 por cento.
“A infra-estrutura tem já concluído os pilares de sustentação (dois) e em fase de conclusão os dois encontros. A ponte terá uma largura de 12 metros, 70 de comprimento e 10 de altitude”, informou.
A nova ponte vai ter duas faixas de rodagem, com nove metros de estrada e metro e meio de passeio de cada lado.
“Neste momento posso dizer que sessenta por cento da ponte já está feita. Quando ela estiver concluída, entre Junho/Julho de 2021, haverá ainda trabalhos nos acessos, que vão durar pouco tempo”, referiu.
Questionado sobre a durabilidade da nova infra-estrutura, informou que vai além dos 100 anos, desde que sejam realizadas as devidas manutenções e não haja catástrofes que abalem a sua estrutura.
Na mesma senda, referiu que a nova ponte sobre o rio Cutembo vai suportar mais de 100 toneladas, ainda que, por algum motivo, os camiões fiquem parados sobre ela.
Já no domínio da recuperação da estrada, Lei Hong, da construtora China Huashi Group, disse que estão a fazer um trabalho de tapa-buracos de muita qualidade num troço de 95 quilómetros, garantindo que a obra tem garantia de um ano.
“Estamos a trabalhar por lotes, sendo o seis e o sete. O lote seis tem 45 quilómetros e reparamos nove, com trabalhos de tapa-buracos e remendos profundos. No lote sete, com 50 km, estamos ainda a escavar as zonas mais problemáticas, mas, devido às férias de Natal, os trabalhos serão paralisados por uns dias”, referiu.
Lamentou a subida vertiginosa de alguns materiais de construção, a ocorrência de chuvas fortes e a falta de pagamentos por parte do dono da obra, factores que estão a condicionar o andamento dos trabalhos.
A intervenção nos dois lotes tem um orçamento de cerca de um bilião e 900 milhões de kwanzas.