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Aspectos culturais retardam afirmação da mulher

     Sociedade              
  • Cunene • Quarta, 08 Março de 2023 | 11h58
Socióloga, Emília Wimi
Socióloga, Emília Wimi
José Cachiva - ANGOP

Ondjiva- As mulheres e raparigas, sobretudo nas zonas rurais, ainda enfrentam barreiras para a auto-afirmação por causa de factores culturais, tradicionais, assim como a instrução escolar, afirmou esta quarta-feira a socióloga, Emília Wimi.

Em declaração à ANGOP, a propósito do 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, disse que desde cedo a mulher na comunidade foi educada a não falar em público ou em locais onde existem homens, não tomar decisões, impedindo deste modo que elas usufruírem dos mesmos direitos que os homens.

Outrossim, realçou a falta de instrução feminina e o acesso ao ensino, na qual grande parte das meninas das comunidades tèm apenas o ensino primário.

Referiu que o acesso ao sistema de ensino e aprendizagem e ao sonho da juventude, tendo em conta que um elevado número delas não conseguem dar seguimento aos estudos por terem de deslocar as zonas urbanas sem condições de habitabilidade ou sustento.

Para Emília Wime, esses males enfermam a sociedade e prejudicam a concretização da igualdade de género, realçando que a mulher representa a maioria da população angolana e a maioria delas vivem nas zonas rurais.

Sublinhou que no mundo actual é exigido a igualdade entre homens e mulheres, devendo-se apostar na instrução da personalidade humana, para ajudar a jovem a combater os empecilhos familiares e desenvolver a auto estima.

“E preciso trabalhar com a mulher de modo a criar auto estima e ganhar confiança para trilhar caminhos de igualdades combater o pensamento da mulher no trabalho doméstico, reprodução e cuidadora”, enfatizou.

Para reverter o quadro, disse ser necessário a criação de políticas que permitam o ingresso das meninas das aldeias, incentivar as famílias com meninas no sentido de mandar a escola criar políticas que facilitem a promoção do empoderamento.

Há exemplos de outros países da região, como a Namíbia e África do Sul, onde existem redes comunitárias estruturadas, com a constituição de lares femininos e escola de instrução feminina, de modo a retirar o receio cultural.

Disse que o Março-Mulher é uma oportunidade de reflectir-se  sobre o papel da mulher na família, na comunidade, na sociedade, olhando e analisando   o bom desempenho da mulher e a parte negativa encontrar planos para sua superação.

Igualdade governativa

Para a socióloga a aposta da mulher em cargos de direcção e chefia nos mais elevados escalões da vida governativa e política,   constitui o marco histórico da afirmação da mulher angolana.

Disse que a aposta pelo reconhecimento, mérito e a capacidade das mulheres, feita pelo Titular do Poder Executivo, João Lourenço,  é uma acção encorajadora para as mulheres, que a cada dia vão superar-se e vencem barreiras para atingirem altos patamares.

Enalteceu a eleição pela primeira vez no país de uma Vice-Presidente da República, da vice-presidente do partido que governa, Presidentes da Assembleia Nacional e do Tribunal Supremo, entre  várias outras ministras e governadoras provinciais.

A aposta, disse,  na equidade feminina é uma acção nunca vista anteriormente, o que obriga a mulher a superar-se academicamente e profissionalmente de modo a atingirem a meritocracia.

O 8 de Março foi oficialmente criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1977 como uma data destinada à reflexão sobre os direitos e deveres destas. FI/LHE/VIC

 

 





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