Talatona – A elevação de Camama a município reacendeu nos seus habitantes a esperança de ver melhorada a situação das infra-estruturas sociais e económicas locais, o défice habitacional, a inclusão social e a redução da delinquência nesta parcela da província de Luanda.
Por Gizelaide Bandeira, Jornalista da ANGOP
O novo município resultou da sua desanexação de Talatona, à luz da nova divisão político-administrativa de Angola que ampliou a configuração de Luanda de nove para 16 municípios.
À semelhança dos demais municípios da província de Luanda, que completou 449 anos desde a sua fundação, a 25 de Janeiro de 1576, Camama carece de reabilitação urgente das vias secundárias e terciárias, de investimentos nas áreas da saúde e da educação, entre outros.
Se por um lado se assiste ao desenvolvimento da circunscrição, consubstanciado na edificação de condomínios de alto padrão, centros comerciais e uma gama de outros investimentos, por outro lado vão surgindo bairros caracterizados por construções anárquicas.
Sem estruturas arquitectónicas adequadas, estas obras vão resultando em comunidades sem redes de saneamento básico nem vias de comunicação estruturantes.
A alteração deste cenário está entre as prioridades da primeira administradora municipal da Camama, Claudinete Fragoso de Almeida, que se propõe inverter o quadro pela melhoria das infra-estruturas locais, do saneamento e do acesso à água potável, à energia eléctrica e ao transporte público.
Em entrevista exclusiva à ANGOP, Claudinete Fragoso indicou que o município da Camama, devido à vastidão do seu território e ao crescimento galopante da população, enfrenta sérios desafios em termos de infra-estruturas básicas.
“O crescimento desordenado tem gerado dificuldades, mas estamos empenhados em garantir que os cidadãos de Camama tenham acesso aos serviços essenciais, como transporte, saúde e educação de qualidade”, afirmou.
Em relação à energia eléctrica, pretende junto da Empresa Nacional de Distribuição de Energia garantir que os munícipes sejam abastecidos por postos de transformação públicos, relegando os postos privados para lugares secundários.
A reabilitação das vias intransitáveis, danificadas devido às fortes chuvas e pelo uso inadequado das águas residuais, acções de terraplanagem e asfalto das ruas fazem parte da agenda administrativa, de acordo com Claudinete de Almeida.
“Precisamos de um trabalho contínuo para garantir a qualidade das vias, que são essenciais para a mobilidade dos nossos cidadãos”, disse.
A iluminação pública também está entre as prioridades, com o objectivo de melhorar a segurança pública e a qualidade de vida dos munícipes.
Claudinete Fragoso referiu que, além das questões de infra-estrutura, a administração municipal está comprometida em criar um ambiente mais favorável ao desenvolvimento económico, trabalhando na simplificação dos processos burocráticos para facilitar a abertura de pequenos negócios e incentivar a força de trabalho local, assim como investir na construção de infra-estruturas.
“Vamos fomentar o comércio local e criar mais oportunidades de emprego, com especial atenção à formação de jovens no primeiro emprego”, disse.
Em relação aos serviços públicos, destacou a necessidade urgente de melhorar a educação e a saúde no município, que actualmente conta com 25 escolas públicas e sete centros de saúde.
Neste domínio, acrescentou, está em carteira a reabilitação de algumas escolas e unidades sanitárias, bem como a identificação de espaços para construir novos estabelecimentos escolares para albergar mais de mil e 200 crianças fora do sistema de ensino.
O combate à desigualdade social consta igualmente da agenda da autoridade máxima do município, no intuito de melhorar as condições de vida dos munícipes da Camama, especialmente as comunidades mais carentes.
“Nosso objectivo é garantir igualdade de condições, com a promoção de cooperativas agrícolas e apoio a micro e pequenas empresas, para diversificar a economia e atrair investidores”, augurou.
Segundo Claudenete de Almeida, administração está também a intensificar a vigilância para combater os actos de vandalismo, principalmente em relação à destruição de semáforos e pedonais, tendo como foco a intensificação das campanhas de consciencialização e de denúncia para punir os infractores.
Camama é composta pelos bairros 4 de Abril, Camama Sede, Chimbicado, Progresso, Sonho da Casa Própria, Jardim do Éden, Major Kanhangulo, BPC, Bawer, Mbondo I (Fubú), Mbondo II, Mbondo Centro, Dangerê, Simione I, Simione II, 15 de Fevereiro, Guerrilheiros, Mutemba, Njinga Mbandi, Nova Esperança, Wenji Maka II, Bairro da Paz, Bairro Nandó e Sapú II.
Conta com uma população aproximada de 1,5 milhão de habitantes. GIZ/MAG/OHA/IZ