Luanda - A arquitecta Maria João Teles Grilo destacou, esta segunda-feira, a necessidade da adopção de políticas urbanas criativas, sustentáveis, ambientais e culturais que devolvam à cidade de Luanda um modo saudável, confortável e culturalmente adaptadas às culturas nacionais.
Em abordagem, a ANGOP, sobre a situação da cidade de Luanda, antes e depois da Independência Nacional, a especialista avança que, para a capital angolana entrar no mapa do mundo como uma cidade com relevância a nível da sua transformação urbana, é necessário que se assuma capaz de enfrentar a cidade com realismo.
A arquitecta adianta que os desafios essenciais para aos níveis considerados de bem-estar passam pelas infra-estruturas sanitárias, infra-estruturas sociais, infra-estruturas viárias e TICs, habitação condigna com rede de água, luz e esgoto, bem como espaços verdes públicos.
“Luanda é uma cidade basicamente informal. É necessário abandonar a negação dessa realidade para enfrentá-la com políticas urbanas inovadoras, muitas delas a serem aplicadas em vários países, com problemas de pobreza estrutural semelhantes”, afirma a especialista.
Conforme Maria João Teles Grilo, não precisa de ser perfeita, mas apenas de ser dinâmica e criativa, exemplar como caso de estudo mundial de cidade de jovens, no modo inteligente de aplicar conceitos urbanos inovadores, tornando-a prazerosa para viver, uma alegria e um orgulho.
“E disso são exemplos a seguir as arquitecturas sustentáveis e identitárias de Francis Keré, prémio Pulitzer 2022 de Arquitectura, em contraponto com o modelo neocolonialista do nosso parlamento, o que, para um país jovem e independente, significa um retrocesso aos modelos arquitectónicos coloniais do século XIX”, adianta.
No seu levantamento, a arquitecta faz igualmente um levantamento histórico da evolução da cidade de Luanda, dos anos 1950 ao dia da Independência Nacional, a 11 de Novembro de 1975, período que considera de “procura de uma moderna identidade”.
Nesse quadro, destaca, nomeadamente, o plano de 1979 e a ruptura na indústria, o da cidade satélite de 1997, o Plano-Director de 2015, bem como o corpo da cidade, depois da assinatura do Acordo de Paz de 2002.
A cidade de Luanda foi fundada em 1576, pelo capitão Paulo Dias de Novais, primeiro governador de Angola. Cedo se desenvolveu uma povoação para a qual se dirigiram vários comerciantes interessados no tráfego de escravos. Em 1605, apesar de não possuir qualquer fortificação ou feitoria, a povoação foi elevada a cidade.
Actualmente, alberga cerca de 10 milhões de habitantes.
No quadro do aniversário da cidade de Luanda, a assinalar-se na próxima quarta-feira, 25, a ANGOP vai publicar, na terça-feira, 24, um dossier sobre a situação da cidade de Luanda, antes e depois da Independência Nacional.