Cuito – Os antigos guerrilheiros de Angola no Bié solicitaram hoje, sexta-feira, na cidade do Cuito, mais atenção do governo, através de acções que possam contribuir na melhoria das suas condições de vida.
A solicitação foi apresentada pelo presidente da Associação dos Antigos Guerrilheiros de Angola no Bié, Bento Chilingueno, durante o acto antecipado provincial das celebrações do 04 de Janeiro, Dia dos Mártires da Repressão Colonial da Baixa de Cassanje.
O responsável defendeu um maior apoio aos antigos combatentes, destacando a necessidade de meios agrícolas e outros que promovam actividades geradoras de renda.
Enfatizou a importância da distribuição de mais meios de trabalho, como tractores e suas alfaias, charruas e juntas de bois para tracção animal, além de fertilizantes em todas as cooperativas e associações de antigos combatentes e veteranos da pátria na província.
O líder da associação também solicitou a construção e distribuição de casas para os antigos combatentes, além da materialização, de forma efectiva, das políticas aprovadas que isentam esse grupo do pagamento de alguns serviços públicos, como energia, água e transporte público, bem como a concessão de bolsas de estudo para os seus filhos.
Advogou ainda a necessidade do governo dar continuidade aos projectos planejados para a melhoria das condições de vida dos antigos guerrilheiros de Angola, enquanto recursos humanos que foram utilizados para conquistar a liberdade do país.
Por outro lado, Bento Chilingueno fez um apelo à juventude para que siga os ideais dos antigos guerrilheiros e combatentes pela liberdade nacional, preservando o legado da luta vitoriosa contra o regime colonial.
Referiu que os jovens devem se agarrar a esse caminho, a fim de que a guerra em Angola nunca mais se repita.
Ao orientar o acto, o delegado provincial dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria do Bié, Isaac Machado, reiterou o compromisso do governo angolano em continuar a implementar acções que valorizem os esforços dos guerrilheiros que lutaram contra o regime colonial.
Fruto deste feito, lembrou que, em Novembro próximo, Angola comemorará 50 anos de independência e a conquista de seus próprios destinos.
Para ele, este percurso histórico revela a maturidade do povo angolano em seguir seu próprio caminho, decidir seus próprios objectivos e traçar suas metas sem intervenções externas.
Por isso, ao reflectir sobre o 4 de Janeiro, pediu que todos façam isso com reverência, homenageando cada um dos angolanos que lutaram pela liberdade da pátria, acrescentou.
O acto provincial da efeméride, que decorre sob o lema: “Angola 50 anos, preservar e valorizar as conquistas alcançadas, construindo um futuro melhor”, foi realizado na Centralidade Horizonte do Cuito, arredores da cidade.
A data foi instituída para homenagear as vítimas do Massacre da Baixa de Cassanje, em Malange, ocorrido a 4 de Janeiro de 1961, quando o regime colonial português reprimiu camponeses que se revoltaram contra o trabalho escravo. VKY/PLB