Lobito - Os convénios com a Educação e Saúde foram considerados como os principais ganhos de 2024 para o Gabinete Provincial dos Antigos Combatentes e seus filiados em Benguela, apurou, hoje, a ANGOP.
Falando em conferência de imprensa, o seu director, Júlio Chagas, afirmou que, durante este ano, foi celebrado um convénio com o sector da Educação com o objectivo de adquirir vagas para os filhos dos antigos combatentes, no ensino médio e superior.
Para o efeito, Júlio Chagas explicou que o Gabinete fez uma auscultação nos dez municípios da província e depois, sob orientação do director provincial da Educação, contactou as direcções de 15 escolas de Benguela e do Lobito, onde foram colocadas as preocupações.
"Criamos um protocolo com o Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED) e ali foram conseguidas quatro vagas", esclareceu.
"A nível do ensino médio, foi possivel colocar doze estudantes em escolas privadas, a custo zero, no âmbito da sua responsabilidade social", informou.
Entretanto, para conseguir as vagas, os candidatos têm de disputá-las e beneficiam aqueles que tiverem as melhores notas.
Acrescentou que até ao momento já foram passadas mais de 1.800 declarações para o efeito de bolsas de estudo.
Em relação à Saúde o Gabinete Provincial dos Antigos Combatentes acordou com o Centro Oftalmológico do Hospital Geral de Benguela, onde todas as sextas-feiras são enviados quatro a cinco filhos de antigos combatentes para consultas das vistas, grátis.
"Noventa pacientes já beneficiaram das consultas, incluindo a recepção dos óculos para alguns deles, há mais de dois meses", frisou.
Quanto ao Hospital Geral de Benguela, está-se a aguardar pela reparação da sala de fisioterapia para tratamento e acompanhamento dos amputados.
Referiu-se também sobre contactos com o Caminho de Ferro de Benguela e o Porto do Lobito, tendo em conta serem das empresas que mais empregam a nível da província.
"Essas empresas estão engajadas no Corredor do Lobito e nós, antecipadamente, falamos na possibilidade de enquadrar uma quota de três ou quatro para quando abrirem os concursos públicos", afirmou.
Em relação ao estado actual do sector, Júlio Chagas disse que, inicialnente, cinco mil pensionistas fizeram a prova de vida, mas apenas três mil e trezentos entraram no sistema.
"Dos mil e trezentos que ficaram fora, apenas 400 comparecerem para reclamar a sua situação. Juntou-se os processos deles e foram enviados para Luanda, para apreciação", afirmou.
Júlio Chagas explicou que as pessoas fezeram confusão na distinção de antigo combatente e veterano de guerra.
"O antigo combatente é aquele que combateu até 1975, altura da independência nacional. Dali para frente é considerado veterano da Pátria", explicou.
Disse que muitos deles não regularizaram os seus documentos, faltando alguns requisitos exigidos como as assinaturas do director provincial e do próprio ministro do sector.
"Apesar disso, a sua situação tem vindo a melhorar. A pensão subiu para 57 mil kwanzas, contra os 23 mil que recebiam no ano passado. Há promessas de no próximo ano passarem a auferir 70 mil kwanzas", assegurou o director.
Júlio Chagas informou que o sector está a fazer todo possível para que o antigo combatente tenha uma vida condigna. TC/CRB