Lubango - A necessidade de reforçar as sinergias, para a mitigação do fenómeno do crescente consumo de bebidas alcoólicas e uso de outras drogas na sociedade, que resultam, muitas das vezes, em suicídios, foi defendida, no Lubango, pelo presidente da Associação Nacional da Luta contra as Drogas (ANLD), Cláudio Pinto.
O responsável falava numa palestra sobre o suicídio e sua relação com os jogos de apostas irresponsáveis e drogas, promovida pela ANLD, em parceria com o Instituto Nacional de Apostas e “jogos der azar” dirigida aos efectivos da Delegação do Ministério do Interior na Huíla.
Cláudio Pinto declarou que fruto de seu relatório de 2023, os órgão de defesa e segurança são os que mais consomem bebidas alcoólicas e estupefacientes, a Huíla é a terceira província com mais consumo, depois de Luanda e Benguela.
Face a situação, avançou estarem a mobilizar parceiros e levar a cabo palestras a nível do país, do ponto de vista de educação preventiva e munir os efectivos com ferramentas que possam ser uma mais-valia a nível pessoal e familiar, assim como na própria comunidade.
“Estamos a observar variadas festas de mais de três mil pessoas, sem avaliação da idade, muito menos uma fiscalização profunda sobre o acesso às drogas em tais locais, daí que precisamos do esforço de todos para que possam disseminar as mensagens sobre os perigos do consumo excessivo de álcool”, manifestou.
Citando tal relatório, divulgado em Fevereiro do ano em curso, os efectivos dos órgãos de defesa e segurança são os que mais consomem, segue-se o grupo dos adolescentes e jovens, os desempregados, e posteriormente os funcionários da administração pública, com destaque para os dos sectores da saúde e educação.
Acrescentou que o estudo tem uma prevalência de 46 mil 607 pessoas a nível de Luanda, Malanje, Uíge, Lunda Sul, Moxico, Huambo, Benguela, Huíla, Namibe, Cuanza Sul e Cuanza Norte, destes 29 mil 990 foram entrevistados, sendo 14 mil 345 mulheres.
Jovens saem do vício e passam experiência
João Paulo de 25 anos, sóbrio há cinco, disse ser um mundo que quando se entra não se dá conta, mas o uso se torna constante por conta de amizades e quando chega a esse ponto é difícil de deixar. Depois do álcool teve uma incidência no tabagismo, liamba e cocaína, afirmando que nesse último não foi constante por conta da falta de dinheiro.
O jovem começou a consumir com 14 anos e ficou no mundo da drogas por seis anos e já chegou a roubar na casa dos pais onde residia para poder sustentar os vícios.
Já Wiliam de Oliveira, de 24 anos, iniciou a consumir aos 12 anos, o cigarro, posteriormente acrescentou o álcool de uma forma já compulsiva, o diazepam, actos que lhe levaram a roubar à família.
O jovem sóbrio há três anos, está agora focado numa nova vida e ajudar as outras pessoas que se encontram neste mundo, através de um grupo que ajuda tóxico-dependentes.
O evento serviu para fazer a abertura das jornadas do “Setembro Amarelo”, mês da consciencialização do combate e prevenção do suicídio. EM/MS
