Talatona – O Governo Angolano pretende atingir a meta de dez mil escolas de campo para apoiar agricultores das províncias do Sul de Angola para melhorar a sua segurança alimentar e nutricional.
Esta informação foi dada hoje, em Luanda, pelo secretário de Estado para Agricultura e Pecuária, João Cunha, quando intervinha na mesa redonda sobre “Promoção do Capital Humano e Segurança Alimentar, no âmbito Plano Desenvolvimento Nacional (PDN) 2023-2027, na 2ª Edição do Angola Economic Outlook.
De acordo com João Cunha, deve-se investir no homem e actualmente já se tem em funcionamento mais de cinco mil escolas de campos no país, destacando que a formação é totalmente grátis e privilegia-se as famílias camponesas e rurais que constituem a maior força de produção do país, ou seja, cerca de 95 por cento de produtores, num universo de 3.560.000 famílias.
Referiu que a formação assenta em vários aspectos, nomeadamente, técnica, com pacotes tecnológicos que lhes permita melhorar as suas práticas cultiváveis, permitindo igualmente fazer aproveitamento dos seus alimentos que têm para uma dieta alimentar mais equilibrada e de conhecimentos em saúde básica.
“As escolas de campo vieram dar uma nova dinâmica ao sistema de produção do país”, disse.
Ainda na sua abordagem, referiu que a introdução no meio rural de equipamentos, relativamente mais humanizantes, está ajudar os trabalhos das famílias rurais, nomeadamente tractores de pequena dimensão, sementes melhoradas e um sistema de gota-gota, (sistema de rega mais especializada) para mitigar a questão da seca.
“A partir das escolas de campos estamos a corrigir e a fazer com que possam usar de forma mais correcta os fertilizantes, bem como a trabalhar para aumentar a qualidade de fertilizantes”, disse.
Joao Cunha exemplificou que há cinco milhões de hectares a serem trabalhados atualmente e por ano só se tem capacidade de introduzir no mercado cerca de 40 a 60 mil toneladas de fertilizantes, sublinhando que se está a utilizar meio quilo de fertilizantes por hectares e com esta baixa quantidade não é possível aumentar a produção nacional.
Frisou que o executivo tem ainda em curso programas para o aumento da produção nacional, citando como exemplo, o cultivo de café e augurou que a curto e médio prazo vai aumentar gradualmente o seu cultivo.
Acrescentou também que se está a fomentar a cultura do arroz, da mandioca, batata-doce, entre outras horticulturas, bem como a oferta da proteína animal.
A 2ª Edição do Angola Economic Outlook, que decorreu sob o lema” O capital Humano como decisivo para o desenvolvimento”, reuniu entre outras figuras, o ministro da economia e Planeamento, Mário Caetano João, economistas, entre outros. GIZ/JCB