Luanda – O Instituto Nacional da Criança (INAC) registou, em 2020, 135.179 caos de violência contra a criança.
Os dados indicam que 56.294 são de fuga a paternidade, representando 41,64 por cento do total dos casos notificados.
A listagem inclui ainda violência física e moral, não prestação de alimentos, disputa da guarda e cuidados entre progenitores separados em conflitos, negligência dos pais, violência sexual, tráfico de crianças e a instrumentalização para a prática de actos tipificados como crimes.
Segundo o director-geral da instituição, Paulo Kalesi, que falava na mesa redonda sobre fuga a paternidade, entre Janeiro a Setembro foram recepcionadas, pelo Serviço de Recepção de Denúncias de casos de violência contra a criança-SOS, 668.774 chamadas alertando para a ocorrência de actos de violência contra a criança.
Paulo Kalesi acrescentou que destas denuncias 24.567 foram sobre actos de fuga a paternidade, equivalente a 36,73 por cento.
O director adiantou que os números demonstram que as crianças, cujos progenitores negam a sua paternidade, são é o grupo maioritário de crianças vítimas de violência, sendo extremamente vulneráveis e com muitos desafios.
Sobre o perfil dos progenitores que negam a paternidade, Paulo Kalesi salientou que todos os extractos da sociedade, desde licenciados, técnicos, militares, polícias, docentes, directores e gestores fazem parte do leque de casos reportados pelo INAC.
A mesa redonda sobre fuga a paternidade serve para sensibilizar as famílias e a sociedade civil sobre as consequências graves do não acesso da criança a educação, saúde, protecção e o desenvolvimento da criança.
No país, apenas uma em cada quatro crianças com menos de cinco anos são registadas, de acordo com o recenseamento geral da população e habitação de Angola (Censo 2014).