Luanda - Mais de 238, 5 milhões de dólares norte-americanos é o montante que Angola necessita para concluir o processo de desminagem, iniciado em 2002, e cumprir com a Agenda 2025 do Tratado de Ottawa, revelou, esta quinta-feira, o director-geral da Agência Nacional de Acção Contra Minas (ANAM), Leonardo Severino Sapalo.
De acordo com o responsável, ainda existem, mil 095 áreas por desminar, em todo o país, e destas 244 já têm financiamento garantido, correspondendo a 22 por cento, e 851 áreas carecem de financiamento, correspondendo a 78 por cento.
O director-geral, que falava num encontro de trabalho com a ministra dos Negócios Estrangeiros da Bélgica, Hadja Lahbib, sublinhou o interesse do Executivo angolano em continuar a trabalhar para atingir as metas do artigo 5º da Convenção de Ottawa, que respeito à limpeza da zonas minadas.
No entanto, salientou que espera pelo apoio da comunidade internacional, particularmente do Reino da Bélgica, parceiros.
"O governo angolano está engajado na diversificação da economia, entretanto, a presença de minas e engenhos explosivos continua a constituir um risco para a população e um obstáculo ao desenvolvimento sustentável de Angola", disse.
Por sua vez, a ministra dos Negócios Estrangeiros da Bélgica, Hadja Lahbib, disse que o seu país vai continuar a apoiar Angola no processo de desminagem.
"Estamos prontos para contribuir com a desminagem em Angola, e assim, em conjunto com outros doadores, vermos o país livre de minas", concluiu.
O Tratado de Ottawa, assinado em 2014, por 162 nações, dita que os Estados Partes da Convenção de Proibição de Minas Antipessoal (Tratado de Ottawa) devem concluir a desminagem até 2025.
Dados disponíveis indicam que, quatro anos depois da assinatura, pelo menos 29 Estados teriam concluído com o processo de desminagem, sendo outros 62 ainda estão em fase de conclusão.
De referir que, durante o período de guerra (1975-2002), Angola teve vários campos minados, o que condicionou, sobremaneira, a actividade agrícola. As minas foram, nesse período, responsáveis pela morte de milhares de cidadãos, em quase todo o país.