Luanda – A ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, avaliou, nesta quarta-feira, com o coordenador Internacional da Bienal de Luanda, Enzo Fazzino, aspectos relacionados com a 2ª edição da Bienal de Luanda – Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz.
Durante uma audiência, que contou também com a presença do embaixador Sita José e do secretário de Estado das Relações Exteriores, Vieira Lopes, a ministra frisou a necessidade de se contar com a participação activa dos países africanos, tendo em conta os propósitos do evento, que terá lugar em Outubro do ano em curso.
“Uma vez que a União Africana assumiu a importância da bienal como uma questão de paz e segurança a nível do continente, o evento deve ser colocado como uma prioridade na agenda africana”, disse Carolina Cerqueira.
Carolina Cerqueira frisou que se trata de uma oportunidade para Angola, mais uma vez, reafirmar o seu exemplo e o protagonismo a nível da salvaguarda e educação para a paz em África, em particular, e no mundo em geral.
Conforme a ministra, os bons resultados da primeira edição realizada em 2019, levaram a UNESCO a apoiar, mais uma vez, Angola para a realização da segunda edição.
Carolina Cerqueira destacou ainda a importância de se envolver a juventude, académicos, homens de negócios, religiosos e mulheres por, no seu entenderem, terem um papel fundamental na progressão do continente africano, num clima de paz sustentável e permanente.
Para a governante, deve-se prestar maior atenção as mulheres, por serem as promotoras, os alicerces de paz, principalmente nesta altura devido a crise sanitária provocada pela pandemia da Covid-19.
“Há que enaltecer o esforço da mulher pela supressão das dificuldades do ponto de vista material e do ponto de vista emocionais, que provocaram o aumento da instabilidade social e as carências das pessoas menos protegidas. É um desafio a nossa consciência e a nossa responsabilidade social para com os mais necessitados”, reforçou.
Por seu turno, Enzo Fazzino manifestou o desejo de ver os países africanos a se envolverem activamente no evento.
Enzo Fazzino avançou que a UNESCO está a desenvolver acções para a participação da União Africana ao mais alto nível no evento, como forma de realçar o compromisso para com a promoção da paz, da unidade e da coesão social.
Numa co-organização do Governo angolano, Organização das Nações Unidas para a Ciência, Educação e Cultura (UNESCO), o evento pretende envolver os países africanos numa corrente destinada à promoção de uma cultura de paz.
Com a Bienal de Luanda, Angola quer promover também a harmonia e irmandade entre os povos através de actividades e manifestações culturais e cívicas, com a integração das elites africanas e representantes da sociedade civil, autoridades tradicionais e religiosas, assim como intelectuais, artistas e desportistas.
Em cinco dias de actividades, Luanda será transformada num espaço de intercâmbio e de promoção da cultura africana, envolvendo individualidades ligadas às artes, política, sociedade, entre outros.
A bienal visa ainda a criação de um movimento africano que, possa disseminar a importância da cultura de paz, tendo em conta o desenvolvimento e afirmação dos países africanos em vários domínios, particularmente na defesa dos direitos humanos e das minorias, assim como o combate à corrupção.
O programa do evento incluirá discussões em torno do papel da juventude no combate à corrupção e a protecção da mulher contra a violência doméstica, a resolução de conflitos, bem como os desafios para o reforço do diálogo e da amizade entre os povos.
A realização em Angola prova a vontade política do governo em estabelecer uma cooperação cada vez mais estreita com a Unesco com vista a promoção de uma verdadeira cultura de paz em África e representa o reconhecimento do exemplo de Angola no fortalecimento da Paz e da reconciliação nacional.