Luanda - Mil 444 fontes de energia nuclear de categoria 2,3,4 e 5 foram identificados no país, pela Agência Reguladora de Energia Atómica de Angola (AREA), deu a conhecer, esta segunda-feira, em Luanda, o secretário de Estado para as Águas, Manuel Quintino.
O responsável prestou a informação na abertura da reunião técnica de conclusão do Plano Integrado de Apoio à Segurança Nuclear (INSSP), que vai identificar e priorizar as necessidades de segurança nuclear a serem abordadas no país, bem como a reflexão sobre o plano de execução eficaz e eficiente, para os próximos três a quatro anos, com base nas prioridades identificadas.
Segundo o secretário de Estado, muitas destas energias estão a ser utilizadas no ramo da saúde, agricultura, indústria extractiva e petrolífera.
Neste momento, referiu, encontram-se armazenadas em repositórios provisórios mais de nove mil 173 toneladas de resíduos de materiais radioactivo de ocorrência natural proveniente das indústrias extractivas.
Face a este quadro, avançou que é preocupação do governo a criação de um sistema nacional apropriado e eficaz de protecção e segurança nuclear, promovendo o uso pacífico da energia nuclear, bem como o combate ao terrorismo nuclear.
Deste modo, sublinhou Manuel Quintino, estão em curso acções que prevêem esforços para que, quanto antes, se possa concluir os processos para aprovação e adesão de outros instrumentos, nomeadamente a Convenção Conjunta sobre Segurança e Gestão de Combustível usado e radioactivos, a Convenção Internacional para a Supressão de Actos de Terrorismo Nuclear e a Convenção de Viena sobre Responsabilidade Civil por Danos Nucleares.
Conclusão do plano de apoio à segurança nuclear
Por sua vez, o director da Agência Reguladora de Energia Atómica de Angola (AREA), Pedro Lemos, disse que o evento visa finalizar o Plano Integrado de Apoio à Segurança Nuclear, tendo os peritos de agências internacionais e nacional trabalhado num draft para Angola.
Neste documento, a ser finalizado durante os quatro dias de encontro, vão ser definidas várias etapas que passam, não só pela segurança nuclear, mas também pela formação de quadros, bem como a revisão da Lei.
Para Pedro Lemos, a Lei aprovada em 2007 apenas aborda questões referente a protecção, sendo agora essencial ser anexada a parte sobre segurança, adequação que será feita num período de dois anos.
"A energia nuclear não é só termos reactores nuclear, nós já usamos essa energia, nos hospitais, industriais petrolíferas e extractivas, bem como na agricultura", sublinhou.
Este encontro, sublinhou, visa reforçar a importância das empresas que trabalham com este material, para redobrar os cuidados com o pessoal, bem como no transporte.
O Plano Integrado de Apoio à Segurança Nuclear (INSSP) permite ao país identificar e priorizar suas necessidades de segurança nuclear.
Aborda também todos os aspectos relacionados ao fortalecimento e sustentabilidade da segurança nuclear, desde a estrutura legislativa e regulatória, avaliação de ameaças e riscos, regime de protecção física, incluindo a detenção e resposta de actos criminais ou não autorizados envolvendo materiais nucleares ou radioactivos fora do controlo regulatório.
A reunião está a ser dirigida a todas as partes relevantes interessadas, com funções e responsabilidades actuais ou futuras, para a segurança física nuclear em Angola, tais como: entidade regulatória, Polícia Aduaneira e de Fronteiras, Polícia Nacional, Serviço de Informação e Segurança, agências de resposta, ministérios da Saúde, da Justiça, da Defesa Nacional, das Relações Exteriores e demais organismos.
A energia nuclear, chamada também de energia atómica, é um tipo de energia produzida por meio de reacções que acontecem no núcleo dos átomos de elementos pesados e alteram a sua estrutura.
O elemento pesado usado mais comumente é o urânio. Esse processo libera uma enorme quantidade de energia, a qual apresenta diversas aplicações, sendo uma delas a geração de eletricidade. ANM/ART