Luanda- As dificuldades na obtenção do Bilhete de Identidade, acesso às universidades e ao emprego figuram entre os principais problemas apresentados hoje, quinta-feira, pela Associação Nacional de Cegos e Amblíopes à Provedora de Justiça, Florbela Araújo.
Segundo o presidente da Associação, Manuel Rodrigues Quental, que falava durante um encontro com a magistrada, que visitou a sede da organização, o incumprimento de algumas leis de defesa desta classe tem dificultado a vida dos associados, principalmente na questão do emprego.
Adiantou que o acesso ao ensino geral também tem sido um dos grandes problemas, normalmente, causado pelas próprias famílias.
Infelizmente, prosseguiu, temos muitos associados que, por preconceito da própria família, têm acesso à escola muito tarde, quando terminam o ensino de base muitos têm 29 ou acima dos 33 anos e muitas instituições não aceitam receber esses alunos.
O responsável salientou que não é só de problemas que a associação vive, recentemente, alguns foram contemplados com residências em algumas centralidades do país.
" Não podemos apenas reclamar, desde a última visita da Provedora de Justiça, muita coisa aconteceu, uma delas foi o benefício de algumas residências nas centralidades do país, outra foi o ingresso de um associado por via de um concurso público no Ministério da Justiça", reconheceu.
Por sua vez, a provedora de Justiça, Florbela Araújo, disse que a instituição vai continuar a trabalhar com os ministérios afins, para minimizar as dificuldades que os portadores de deficiência visual, e não só, têm enfrentado.
" Vamos continuar a levar a voz deles aos órgãos competentes, para diminuir, quem sabe eliminar, as dificuldades que estas associações têm enfrentado, sabemos que não são poucas", disse.
Até 2019 a associação contabilizou 3.571 membros em todo país, prevendo-se que este número tenha atingido, actualmente, os cinco mil, pois decorre a actualização da base de dados.
Além de Luanda, a ANCAA tem coordenadores provinciais no Bengo, Bié, Cabinda, Cuanzas Norte e Sul, Huambo, Namibe e no Uíge.
O ministério que mais absorve pessoas portadoras de deficiência é o da Educação. LIN/ART