Lobito - Duzentos e dezassete cadetes da Academia Militar do Exército (AMEx), na cidade do Lobito (Benguela), concluiram o sétimo curso de licenciatura em ciências e tecnologias militares, soube este sábado a ANGOP.
Para o efeito, enquanto estudantes, frequentaram quinze cursos, entre os quais Infantaria, Defesa Anti-Aérea, Engenharia Militar, Defesa Química, Armamento e Munições.
No seu discurso de encerramento, o Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, General de Aviação Altino dos Santos, disse que a instituição está atenta à conjuntura interna e internacional, particularmente aos conflitos vividos na Europa, Médio Oriente e em África.
"Olhando atentamente para as suas consequências económicas e sociais nefastas, somos obrigados a elevar os níveis de preparação e adequação das nossas Forças Armadas, para prevenção e diminuição das ameaças capazes de perigar a independência, soberania e a integridade do solo pátrio", considerou.
Alertou sobre a constante evolução e transformação do mundo actual, onde as tecnologias de informação impelem o homem a ser verdadeiro dono destas ferramentas, que são hoje amplamente empregues nos domínios da vida, incluindo a militar.
"Para tal, as instituições superiores do ensino do nosso país, nomeadamente a Escola Superior de Guerra, Institutos e Academias, são chamadas a desenvolver o seu papel a nível da estrutura investigativa e pedagógica para explicação exaustiva dos fenómenos que estejam nos domínios dos vários cenários militares", avisou.
O General reconheceu que o caminho para se atingir a excelência na formação de quadros militares com a qualificação desejada, é ainda "penoso" e caracterizado por alguns constrangimentos.
"Enquanto se trabalha para melhorar, devemos continuar a formar, apoiando-se nos meios e quadros docentes disponíveis, tendo sempre em linha de conta que um dos princípios fundamentais de guerra que a experiência nos ensina, é a surpresa", afirmou.
Para o General de Aviação, é necessario formar líderes capazes de comandar e inspirar as suas tropas, gerir efectivos e recursos de maneira eficiente e tomar decisões em situações de combate e de logística.
Apelou os finalistas a respeitarem a farda, afirmando que este valor vai levá-los a compreender a razão da presença deles Forças Armadas Angolanas.
Durante a cerimónia de encerramento do curso, os finalistas foram patenteados ao grau de sub-tenente, receberam os seus diplomas e fizeram o juramento de fidelidade à Pátria.
Depois de licenciados, estarão à disposição da Direcção Nacional de Quadros das FAA para a sua distribuição às unidades do Exército, de acordo com as suas especialidades e necessidades.
Cadetes terminam curso com valores acima da média
O comandante da Academia Militar do Exército, Tenente-General José Alberto Veiga, afirmou que os estudantes do sétimo curso em ciências militares e tecnologias, iniciado em 2019, terminaram com aproveitamento na ordem dos 70 por cento.
Segundo o oficial General, 217 cadetes terminaram o curso, entre os quais 185 do sexo masculino e 32 so sexo feminino.
Revelou que o curso foi preparado com as "possíveis" condições técnicas, pedagógicas e humanas, que permitiram atingir o essencial dos objectivos preconizados.
"Foram consumadas seis mil horas lectivas em dez semestres", informou.
Lamentou, no entanto, o constrangimento causado pela Covid-19, que impossibilitou o ingresso de novos candidatos, por isso, segundo ele, não haverá finalistas no ano lectivo de 2025/26, facto que se repetirá em 2027/28, devido ao moroso processo de instrução verificado no ano passado.
"Somos de opinião que o próximo processo tenha início em Janeiro de 2025 para que se obedeçam todos os procedimentos", disse.
Jose Alberto Veiga manifestou a convicção de que a instituição está a contribuir para a profissionalização e rejuvenescimento das Forças Armadas Angolanas.
A Academia, fundada a 9 de Setembro de 2009, lançou os primeiros finalistas em 2013. TC/CRB