Lobito - Quarenta e um cadetes da Academia da Força Aérea Nacional concluiram, esta quarta-feira, no município da Catumbela (Benguela), o quinto curso de ciências militares aeronáuticas.
Na qualidade de presidente do acto, o Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, General de aviação Altino dos Santos, afirmou que um dos principais objectivos da Academia militar, como instituição docente de nivel superior, é a formação técnica especializada.
Essa formação, defendeu, deve ser na base de elevados valores éticos, cívicos e morais dos cadetes.
"O mundo é dinâmico e as ciências militares devem ser muito mais", afirmou o oficial general, fazendo referência à internet, que, na sua opinião, nasceu, cresceu e se desenvolveu no ambiente militar.
"A atenção deverá concentrar-se na formação de oficiais altamente capacitados e moralmente íntegros, preparados para desempenhar funções críticas na defesa, de modo a garantir a protecção do espaço aéreo nacional e a eficiência das operações militares", defendeu o general.
Altino dos Santos considerou a formação de novos quadros da Força Aérea Nacional como um imperativo, pelo que se justifica a manutenção da Academia enquanto viveiro imprescindível de formação de quadros, contribuindo para a redução da pressão que se vive nas unidades deste ramo das Forças Armadas.
"A FAN vive hoje um processo de modernização nos seus múltiplos aspectos e com o futuro mais tecnológico. A transição geracional que o ramo está a viver deverá impulsionar os seus futuros líderes a acompanhar a dinâmica das guerras contemporâneas", afirmou.
Para isso, segundo o Chefe de Estado-Maior General, o efectivo deve engajar-se no aprimoramento técnico profissional, psicológico e moral, tendo sempre presente, que "na guerra, a coragem, a determinação e o sacrifício são imprescindíveis para alcançar a vitória".
Na AFAN, cada ciclo de formação tem a duração de cinco anos. Este último teve início no dia 15 de Março de 2019.
Segundo informações do director de Ensino, Coronel António João Domingos, os cadetes frequentaram os cursos de Piloto-Aviador, Comando Táctico de Defesa Anti-Aérea, Tropas Rádio Táctico, que estão ligados ao radar, Administração Aereonáutica, entre outros.
"Depois da formação, a Academia envia os novos oficiais à Direcção Nacional dos Recursos Humanos e esta encaminha-os para as unidades, de acordo com as necessidades e especialidades", explicou.
Na ocasião, os finalistas, dos quais 38 homens e três mulheres, foram graduados com a patente de sub-tenente e receberam a outorga de diplomas, losangos e certificados.
Futuros projectos da Unidade
O comandante da Academia da Força Aérea Nacional, Tenente-General João Oliveira Borges, informou que a unidade tem em carteira novos cursos, nomeadamente o de Telecomunicações e asseguramento de Radio Técnico, Educação Patriótica, ligada às Ciências Políticas e também o de Logística.
"Estamos agora à procura de professores qualificados para estas aéreas, apesar de não ser fácil de encontrar no mercado", afirmou.
Falou também sobre a importância de ter bibliotecas equipadas, para que a formação seja sólida.
"Apesar de termos algum acervo bibliográfico, é necessário complementar com a virtual", afirmou.
João Oliveira Borges realçou a necessidade de formar mais pilotos para voar nas aeronaves existentes e substituir, paulatinamente, os actuais, porque alguns deles já ocupam cargos de chefia e de comando.
Parabenizou os finalistas pelo desempenho, afirmando ser o melhor curso, por todos terem transitado com notas acima da média.
Lembrou, no entanto, que a formação enfrentou dificuldades durante o período da Covid-19.
Segundo ele, a Academia viu-se obrigada a continuar com o Ensino por via on-line e vídeo conferência por algum tempo.
A Academia da Força Aérea Nacional, localizada na Base Aérea da Catumbela, foi fundada a 15 de Agosto de 2015.
Desde a sua fundação, a AFAN já formou 292 cadetes. TC/CRB