Lobito - Um encontro sobre monitoria e planificação de projectos, de iniciativa da ONG Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA), teve início esta terça-feira, em Benguela, para aferir os resultados das acções implementadas no plano estratégico 2018/2022.
Em declarações à ANGOP, o director nacional de programas da instituição, Abílio Sanjaia, informou que, durante dois dias, a organização vai balancear até que ponto os instrumentos de monitoria em uso estão a responder os objectivos preconizados.
“Nalguns casos, vamos rever esses instrumentos para implementar no próximo quinquénio, 2022/2027, afirmou, acrescentando que este procedimento abre uma oportunidade de reajustar o programa para que ele responda às expectativas e as necessidades das comunidades.
Segundo ele, o objectivo é sobretudo recolher informações sobre o que está a acontecer nas comunidades e divulgá-las. Além disso, identificar as boas experiências que têm acontecido no seio das comunidades.
A ADRA tem feito este exercício anualmente para medir até que ponto a recolha de informação, registo e relatórios correspondem ao que está a acontecer no terreno.
A organização implementa anualmente cerca de dezoito projectos a nível nacional, nas sete províncias onde está representada, nomeadamente Luanda, Malanje, Huambo, Benguela, Namibe, Huíla e Cunene.
Referindo-se particularmente à província de Benguela, afirmou que estão em curso projectos como o reforço da actividade agro-pecuária, educação ambiental e educação para as autarquias.
Para o projecto voltado ao ambiente, nos municípios do Lobito, Catumbela, Benguela e Baía Farta, a ADRA está a capacitar as organizações locais para a gestão dos resíduos sólidos.
“Para as autarquias, embora não haja um horizonte temporal para a sua realização, estamos a instruir a população para permitir que ela seja mais efectiva", explicou.
Questionado sobre os potenciais financiadores indicou a organização alemã Ans Eider para as autarquias, o grupo África, da Suécia, para o reforço da actividade agro-pecuária, e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) para as energias renováveis. Os valores chegam a rondar os quinhentos mil dólares americanos.
Oito técnicos, na província de Benguela, estão encarregados da implementação dos projectos, auxiliados por estagiários de educadores sociais, vindos de Luanda.
Entretanto, Abílio Sanjaia fez questão de discriminar alguns constrangimentos que têm criado barreiras à implementação dos projectos.
“A agricultura familiar tem estado condicionada por causa das vias de acesso, secundárias e terciárias, que comprometem o aumento da produção, bem como o escoamento dos produtos para os mercados”, esclareceu.
Outro problema tem a ver com a legalização das terras, apesar do programa “minha terra”, implementado pelo Executivo, mas que, segundo ele, não tem proporcionado os resultados que se pretendem.
As irregularidades das chuvas também têm sido outra dependência para as famílias no desenvolvimento da agricultura, pelo que é necessário o reforço de infra-estruturas de rega e conservação de água, segundo o director.
Aproveitou o momento para apelar o Governo no sentido de ajudar a minimizar esses constrangimentos para o desenvolvimento sustentável das comunidades.
A ADRA é uma organização angolana, fundada em 1990, cuja missão consiste em contribuir para o desenvolvimento sustentável das comunidades em Angola, especialmente as rurais, através da melhoria das condições de vida das camadas mais desfavorecidas. TC/CRB