Dundo – A Chefe interina do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Stephany Contreras, destacou, esta sexta-feira, o apoio do Estado angolano no processo de reintegração socioeconómica dos refugiados da República Democrática do Congo (RDC), assentados no Lóvua (Lunda Norte) desde 2017.
A responsável destacou o apoio do Estado angolano durante uma conferência de imprensa a propósito do processo de repatriamento voluntário e organização dos refugiados da RDC, retomado este ano.
Disse que o ACNUR tem estado a trabalhar com o Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFOP), Gabinetes da Acção Social, Família e Promoção da Mulher (MASFAMU), Educação, Saúde, Justiça e Direitos Humanos, no processo de reintegração socioeconómica dos refugiados.
Fez saber que um grupo de refugiados beneficia regularmente de formações sobre técnicas de produção agrícola e outras especialidades, no âmbito da promoção do empoderamento económico daquela franja.
Com os gabinetes da Educação e o MASFAMU, as acções estão viradas na emancipação da mulher, prevenção contra a gravidez precoce, violência do género, inserção no sistema normal de ensino gratuito e de alfabetização.
Realçou que todas as crianças que nascem no território angolano para além do acesso à educação, beneficiam de registo de nascimento gratuito, num esforço conjunto com a delegação provincial da Justiça e dos Direitos Humanos.
“O nosso objectivo é que eles estejam integrados numa estratégia de empoderamento económico, para que possam ver apoiadas as suas iniciativas de empreendedorismo, acesso a uma conta bancária e desenvolver as suas iniciativas económicas, deixando de depender somente de assistências humanitárias”, disse.
Saúde
Neste capítulo, a responsável disse que o ACNUR e a Igreja Evangélica dos Irmãos em Angola (IEIA), estão a desenvolver um programa de assistência médica aos refugiados.
Disse que no princípio do mês em curso, foi feito um levantamento médico no campo, onde mais de 100 refugiados foram seleccionados, numa primeira fase, para beneficiarem de intervenções cirúrgicas complexas.
Dos mais de 100 seleccionados, 50 refugiados, com Mioma, hérnia, bócio e lipoma, realizaram exames médicos até ao momento, dos quais 23 já beneficiaram de intervenções cirúrgicas.
Informou que as cirurgias estão a ser realizadas no Hospital David Bernardino Kamanga, no distrito urbano do Mussungue, na Centralidade, município do Chitato.
As cirurgias, gratuitas, com apoio financeiro do ACNUR, vão continuar enquanto forem diagnosticados pacientes com essa necessidade.
Em Maio de 2017 um grupo inicial de 35 mil cidadãos da RDC chegou à província da Lunda Norte, fugindo de actos de violência na zona do Kassai, uma crise que levou à declaração de uma situação de emergência. Actualmente encontram-se no assentamento do Lóvua, 6.300 refugiados da RDC.