Luena – Cerca de 17 acidentes de minas, que resultaram em seis mortes, entre elas crianças, foram registados na província do Moxico, nos últimos quatros anos, constituindo-se em indicadores que obrigam ao retorno de Programas de Educação para Prevenção de Acidentes com Minas nas escolas.
A constatação é do representante provincial da Agência Nacional de Acção Contra as Minas (ANAM), no Moxico, Chile Manuel Chicanha, que justifica a medida com o crescente número de acidentes com minas que se registam nos últimos tempos na província.
Em declarações à ANGOP, a propósito do índice de acidentes sobre minas, explicou que os 17 acidentes são resultantes de explosão de minas e outros engenhos remanescentes da guerra (granadas, obuses, roquetes, bombas e balas).
Os incidentes resultaram ainda em 14 feridos, entre 19 crianças menores de seis anos de idade.
A província do Moxico possui 224 campos minados, que estão a ser desminados apenas por duas instituições, o Grupo Consultor de Minas e o Instituto Nacional de desminagem (INAD), e que promovem poucas acções de educação sobre o perigo de minas.
Chile Chicanha lembrou que no período de 1995 a 2001, o Governo de Angola e a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), haviam implementado o Programa de Educação para Prevenção de Acidentes com Minas (PEPAM), que contribuiu significativamente na redução de acidentes em diversas comunidades.
O responsável explicou ao inculcar nos alunos, com realce as crianças, noções sobre minas, engenhos explosivos e remanescentes de guerra, permitirá, sobretudo, que os petizes conheçam e saibam identificar o material bélico e diminuir-se mortes.
Na mesma senda, para uma maior e melhor abrangência, defende que os Órgãos de Comunicação Social devem retomar, igualmente, na sua grelha de programação, a educação, prevenção de acidentes com minas e outros engenhos explosivos.
As províncias do Moxico, Cuando Cubango, Cuanza Sul e Bié, são as regiões com maior índice de explosivos, devido a guerra civil vivenciado no país de 1975 a 2002.
A conclusão do processo de desminagem em Angola, inicialmente indicada para 2025, foi estendida para 2028, devido a problemas de ordem financeira.