Saurimo – Angola possui mil e 35 áreas contaminadas com minas cadastradas, informou, esta quarta-feira, o chefe do departamento de certificação das operações de desminagem da Agência Nacional de Acção contra Mina (ANAM), Narciso Paulo Tiacafe.
O responsável apresentou este dado durante a 1ª reunião ordinária de Coordenação Técnica deste órgão, tendo apontado as províncias do Moxico, Bié, Cuanza Sul e Cuando Cubango como as mais críticas.
Por outro lado, referiu que, até 2025, prevê-se declarar zonas livres de minas as províncias do Namibe, Zaire, Huambo e Malanje.
Narciso Paulo informou que 24 pessoas morreram vítimas de acidentes de minas durante o ano 2023, fruto do accionamento de 33 minas, que causaram também ferimentos a 72 pessoas.
Explicou que as mortes ocorreram nas províncias do Cuanza Sul, Cuanza Norte, Cuando Cubango, Namibe, Moxico e Bié, tidas como regiões com maior número de campos minados, fruto do conflito armado que assolou o país.
Fez saber que a nível do país, já foram removidos cinco milhões de engenhos expulsivos, dos quais, 90 mil destruídos, que permitiu salvar vidas de cidadãos, que se dedicam à agricultura e ao comércio.
No que toca à situação das minas na Lunda-Sul, avançou ter 56 campos minados, nos municípios do Cacolo e Saurimo, cujos trabalhos decorrem para a sua remoção.
De acordo com o responsável, para contrapor a situação, a instituição, junto das Organizações Não Governamentais (ONG), que se dedicam à desminagem têm realizado campanhas de sensibilização, envolvendo autoridades tradicionais, Forças de Defesa e Segurança, bem como sinalizar os territórios contaminados.
À margem do encontro, a ANAM entregou duas viaturas às províncias da Lunda-Norte e Lunda-Sul, para servir de apoio aos serviços de desminagem.
Durante a reunião, os participantes abordaram questões atinentes à pesquisa e contaminação remanescente no país, operações de desminagem, causas e efeitos de acidentes, proposta para o plano de relançamento das actividades, entre outros. EM/JW/ART