Benguela – O presidente do Instituto Superior Politécnico de Benguela (ISPB), Antero Moisés Nunguno, acredita que a visita do Presidente Joe Biden a Angola, dedicada ao reforço da cooperação bilateral, pode trazer diversos ganhos de âmbito social, sobretudo na região atravessada pelo Corredor do Lobito.
Com o Corredor do Lobito no topo da agenda, o Presidente dos Estados Unidos começou segunda-feira uma visita de Estado de três dias a Angola, estando nesta quarta-feira, dia 4 de Dezembro, a trabalhar na província de Benguela.
Em entrevista à ANGOP, o professor doutor (PhD) Antero Moisés Nunguno prevê que a visita de Joe Biden pode promover um estreitamento das relações entre os dois povos, possibilitando também que haja maior colaboração em áreas como a educação, a saúde e o desenvolvimento social.
Para o académico, esta visita a Benguela pode também incentivar o incremento de investimentos norte-americanos na região, o que resultará em iniciativas que melhorem as ininfra-estruturas da educação e da saúde e, consequentemente, beneficiando a população local.
“Falando possivelmente para o caso de Benguela, o primeiro ganho consistirá precisamente nas consequências do fortalecimento das relações bilaterais”, frisou, para quem uma das vantagens da cooperação é o apoio a projectos sociais.
A seu ver, o Corredor do Lobito vai proporcionar que haja precisamente projectos com impacto directo na vida das populações, no âmbito da responsabilidade social das várias empresas que estarão envolvidas nesse projecto ferroviário nas províncias abrangidas.
Em causa estão quatro províncias por onde passa o referido corredor, nomeadamente Benguela, Huambo, Bié e Moxico.
Daí antever que tem um ganho muito grande de apoio a projectos sociais que visem a redução consequente da pobreza e a promoção da inclusão social e melhoria da qualidade de vida em comunidades carentes.
Visibilidade internacional
Por outro lado, acredita que esta visita tem também a possibilidade de aumentar a visibilidade de Angola e muito particularmente de Benguela no cenário internacional, atraindo a atenção para questões sociais e culturais que tanto precisam de apoio.
“E aqui não podemos esquecer que havendo maior investimento na nossa província, consequentemente, teremos mais empregos, menos delinquência, um impacto muito grande de âmbito social que tanto precisamos que melhore”, argumenta.
De igual modo, aproveitou para referir como outro aspecto importante o processo da democratização e dos direitos humanos, porquanto têm a ver com a melhor prática de governança que tem impacto na vida do cidadão.
Já o presidente do Conselho de Administração da Fundação Projovem, Ricardo Lourinho, afirma que a visita do Presidente Joe Biden a Benguela reveste-se de grande importância não só do ponto de vista econômico, mas também no âmbito social.
É que, segundo ele, a importância do Corredor do Lobito irá catalisar grandes investidores, o que, de certa medida, irá melhorar a situação da empregabilidade e, por conseguinte, o bem social das populações nas localidades atravessadas pelo Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB).
Por sua vez, o director da organização-governamental Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA), em Benguela, Justino Figueiredo, olha para a visita de Joe Biden como uma oportunidade ímpar para Angola acelerar a sua diversificação económica.
“Os Estados Unidos têm uma potencialidade económica que pode ajudar a economia angolana com um conjunto de assistência técnica e financeira”, realçou,visivelmente expectante.
No entanto, ele defende que a cooperação bilateral esteja focada nas pessoas e no desenvolvimento sustentável, com a participação das comunidades.
Justino Figueiredo gostaria de ver, por exemplo, os efeitos do novo financiamento de mil milhões de dólares para a segurança alimentar, anunciado pelo Presidente norte-americano, na redução da pobreza, da fome, da má nutrição e da malária.
Esta visita, a última de Joe Biden ao exterior enquanto Presidente dos EUA, cumpre a promessa de visitar a África Subsaariana durante a sua presidência e visa reforçar o projeto do Corredor do Lobito, que liga a República Democrática do Congo e a Zâmbia, ricas em recursos, ao porto angolano do Lobito, no Oceano Atlântico. JH/CRB