Menongue - A vice-governadora da província do Cubango para os sectores político, social e económico, Helena Chimena, apelou, nesta segunda-feira, aos quadros do sector da saúde para um atendimento médico e medicamentos mais humanizado, durante a quadra festiva.
Em declarações à imprensa, no final de uma visita de constatação dos níveis de prontidão aos centros da saúde do bairro da Paz, Maternidade provincial, Hospital Municipal de Menongue, Hospital Sanatório, Hospital Pediátrico e Hospital Geral, afirmou que em termos de medicamentos as unidades estão bem servidas e organizadas, prontas para atender a população.
Para a responsável, todos os técnicos devem olhar ao próximo como a si mesmos, com nível de actuação que prima, não só pelo profissionalismo, mas também pela empatia e a humanização, de formas a atender os munícipes e a população sem descriminação, olhando sempre para o tratamento igualitário.
Destacou que a nível do Hospital Geral, à semelhança das demais unidades, já está em funcionamento a farmácia externa, que permite que todo o doente, depois de avaliado, receba a medicação completa para o diagnóstico feito, realçando que aquela unidade tem medicamentos suficientes para responder às solicitações dos utentes.
Quanto aos relatos de mães que tardam em levar às crianças aos hospitais e quando o fazem é em fase crítica da doença, a dirigente disse ser uma responsabilidade de todos os actores sociais, por isso apelou às igrejas e autoridades locais a incentivar o hábito de levar os doentes aos hospitais no início de qualquer sintoma, para evitar constrangimentos.
Lamentou que, por força da negligência, duas crianças encontram-se internadas em estado de coma, porque os familiares decidiram iniciar com o tratamento na comunidade e só depois de agravar o quadro é que decidiram levar ao hospital, tendo aconselhado para evitar o tratamento caseiro ou com recurso à medicina na base de ervas.
Por seu turno, o director do gabinete provincial da saúde no Cubango, João Chihinga, assegurou que estão constituídas equipas de reforço para fazer face a quadra festiva, tendo mobilizado todos os técnicos para o atendimento das patologias correntes na quadra festiva.
Já se registam, segundo o também médico interno geral, entradas de casos de traumatismo crânio encefálico por violência doméstica, que tem sido um desafio para os serviços de cirurgia e ortopedia, assim como o registo de muitos casos de malária e febre tifóide.
Ainda assim, assegurou que as equipas estão em campo, quer na área de prevenção e saúde pública, bem como na área de tratamento a nível dos hospitais locais.
Afirmou que, para atender a quadra festiva, estão mobilizados 150 médicos e um universo de dois mil e 100 técnicos, entre enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêutico, auxiliares, entre outros.
Em termos de medicamentos, informou ter disponível mais de trinta mil caixas de medicamentos diversos, realçando que em termos de ambulâncias e serviços de emergências médicas também estão preparados para transportar os doentes.
Realçou que nos casos de especialidades, em que o hospital não tem ainda capacidade de resposta, estão preparados para evacuar os doentes nas unidades hospitalares de províncias vizinhas como Huambo, Huíla e Bié, como são os casos de neurocirurgia que é uma especialidade muito importante que tem a ver com intervenções cirúrgicas a nível do crânio.
Esclareceu que a patologia que mais preocupa é a malária, que lidera as estatísticas, seguindo-se os traumatismos por acidente de viação, tendo lançando um repto à sociedade para o maior cuidado com a saúde.
De referir que, durante o ano de 2024, foram registados mais de 150 mil casos de malária, com 81 mortes registadas, com um acréscimo de casos positivos da doença, mas uma redução de casos de óbitos, comparativamente ao ano anterior. MSM/ALK/PLB