Luanda – O representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em Angola, Antero Depina, reconheceu hoje, terça-feira, em Luanda, o esforço do Governo Angolano na abordagem da saúde mental das crianças e adolescentes no país.
Ao intervir na 11ª Conferência sobre “Saúde Mental Infanto-Juvenil” em alusão ao Dia Mundial da Saúde Mental, assinalado neste 10 de Outubro, Antero Depina frisou que a saúde mental das crianças e dos adolescentes é uma das áreas mais negligenciadas do ODS.
Neste particular, referiu-se ao ponto número três dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), respeitante à saúde e bem-estar, sublinhando que, ainda assim, Angola tem dado bons passos nesse quesito. “Gostaria de renovar o nosso apoio a estes importantes passos.
O estabelecimento de uma linha de saúde mental durante a COVID 19, o envolvimento activo da unidade de Saúde Mental e o importante trabalho realizado por todos os profissionais são admiráveis”, considerou.
Segundo o responsável, um em cada sete jovens, entre os 10 e os 19 anos de idade, sofrem de perturbações mentais a nível mundial, sendo o suicídio uma das cinco principais causas de morte dos jovens desta faixa etária.
No global, precisou o representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância, 1,2 mil milhões de adolescentes do mundo, dos 10 aos 19 anos, sofrem dessas doenças ou lesões por elas causadas.
"Antes da COVID-19, estimava-se que 10 a 20 por cento das crianças e adolescentes em todo o mundo sofriam de uma ou outra forma de problemas de saúde mental, sendo que metade destes problemas começavam aos 14 anos", informou.
Para Antero Depina, ter problema de saúde mental nunca deve ser motivo para privar uma pessoa dos seus direitos humanos ou para a excluir das decisões sobre a sua própria saúde, pois, em todo o mundo, as pessoas nessa condição continuam a ser vítimas de um vasto leque de violações dos direitos humanos.
Sublinhou que muitos deficientes mentais são excluídos da vida em comunidade e discriminados, enquanto muitas outras não conseguem aceder aos cuidados de saúde mental de que necessitam.
"O evento de hoje será um passo fundamental para compreender os problemas que as crianças, os adolescentes e os prestadores de cuidados de saúde colocam aos profissionais desse sector", aflorou.
Acrescentou que o mesmo vai permitir começar a explorar as áreas da saúde mental, que, por sinal, devem ser consideradas prioritárias e urgentemente abordadas.
Antero Depina disse ainda que a população de Angola é uma das populações mais jovens do mundo, e que o empoderamento das crianças e adolescentes se afiguram fundamentais para o desenvolvimento futuro do país.
O Dia Mundial da Saúde Mental está a decorrer sob o lema "Saúde Mental - Um direito humano e universal". É celebrado anualmente em 10 de Outubro, buscando ampliar a conscientização sobre questões relacionadas à saúde mental em escala global.
A data é representada pela cor verde e visa reduzir também o estigma em torno de transtornos mentais, promover a compreensão e o apoio às pessoas que enfrentam desafios de saúde mental, além de incentivar governos de todo o mundo a destinarem parte de seus recursos para essa área.SL/MDS