Huambo – Sessenta e três pessoas morreram de tuberculose, entre Janeiro e Junho deste ano, na província do Huambo, contra 48 do igual período de 2021, informou hoje, quinta-feira, o director-geral do Hospital Sanatório local, Joaquim Isaac.
Abordado pela ANGOP, o responsável afirmou que o aumento dos casos de mortes resulta do facto de os pacientes chagarem tardiamente ao hospital, privilegiando outras formas de tratamento, principalmente a medicina tradicional.
Sem apresentar dados, disse ser preocupante o número de casos de pacientes que acorrem ao Sanatório do Huambo, já em estado avançado da doença, depois de procurarem outras formas de tratamento.
Conforme o responsável, estes pacientes, na sua maioria com apoio de familiares, optam, em primeira instância, pelo tratamento tradicional, ignorando os serviços convencionais prestados pelo Hospital Sanatório, vocacionado diagnostico e garantia dos cuidados médicos/medicamentosos de doentes com tuberculose.
Acrescentou que este comportamento tem condicionado a prestação de uma assistência médica/medicamentosa adequada, pois, para além de chegarem em fase terminal, apresentam um organismo intoxicado com medicamentos tradicionais, acabando maioritariamente por morte.
Joaquim Isaac informou que os 63 óbitos resultaram de 431 casos positivos diagnosticados, nos primeiros seis meses deste ano, contra os anteriores 275, sendo que 341 chegaram a internar, enquanto os demais recebiam tratamento ambulatório.
Ao longo deste período, acrescentou, foram consultados seis mil 372 pacientes com patologias diversas do fórum respiratório que, para além da tuberculose, resultaram em 118 casos positivos de HIV/Sida e 315 de malária.
Contudo, o responsável descartou qualquer carência de fármacos e de alimentação, lembrando que, apesar de o tratamento ser bastante oneroso, os doentes têm direito a cinco refeições por dia (pequeno-almoço, lanche, almoço, lanche e jantar).
Com uma capacidade para internar 200 doentes, o Hospital Sanatório do Huambo presta, igualmente, assistência médica/medicamentosa a doentes das províncias de Benguela, Bié, Cabinda, Cuando Cubango, Cuanza Sul, Huíla e Luanda.
Conta com mais de 200 profissionais, entre médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêutico, pessoal de apoio hospitalar e administrativo.
A tuberculose é uma doença infecciosa provocada pelo bacilo de koch, bactéria que tem a capacidade de produzir danos nos pulmões, brônquios e danos extras pulmonares.