Lobito - Sessenta e quatro técnicos do sector da Saúde, no município do Lobito, província de Benguela, foram capacitados, de 1 a 7 de Agosto, sobre aspectos relacionados ao aleitamento materno, soube a ANGOP, esta quarta-feira.
Segundo a directora do Hospital Regional do Lobito, Florinda Miranda e Silva, foram seleccionados, para o efeito, técnicos desta unidade sanitária, do Centro Materno Infantil, da Pediatria e do Centro de Saúde Gaspar.
Durante o fórum, denominado "Agosto de ouro", foram elencados temas como: O desafio institucional para o aleitamento materno, O tabu sócio-cultural e sua influência na vida da criança e todos marcos de desenvolvimento.
Esteve ainda abordagem, O aleitamento e a mãe, A componente de participação do pai e da família na rede de apoio à mãe que amamenta.
Debruçando-se sobre os beneficios do aleitamento materno, Florinda Miranda e Silva referiu-se ao aspecto neurológico, considerando que a criança amamentada "é emocionalmente melhor, mais inteligente e acaba por ser mais feliz".
Do ponto de vista económico, segundo ela, os pais gastam menos dinheiro com a compra de biberões e leite artificial.
Por outro lado, advertiu que a criança que não é amamentada facilmente adquire problemas de má nutrição como marasmo ou o kwashiorkor.
"A criança é identificada com marasmo quando é magrinha, com cabelo ralo e amarelo, já o kwashiorkor é um tipo de desnutrição grave, causada pela falta de proteína na dieta e que provoca sintomas como edemas nalgumas partes do corpo", explicou.
A directora manifestou-se preocupada com aquelas mães que não têm capacidade de amamentar os seus filhos.
"Temos de saber se ficou adoentada durante o processo do parto, se esteve em coma ou teve algum problema de saúde que a ameaçava", afirmou.
Como sugestão, apelou a contactarem as chamadas "amas de leite", ou seja, mulheres que voluntariamente se disponibilizam para amamentar os bebés.
Condenou o preconceito de alguns pais ou famílias que desencorajam o aleitamento materno, dizendo que "o leite é fraco", "a mama vai cair" ou "a criança já tem dois anos, já está esperta, por isso não deve continuar a mamar".
A formação dos técnicos de saúde decorreu sob o lema: Diminuindo lacunas e apoio à mamentação para todos.
A médica informou que o Ministério da Saúde tem realizado todos os anos a campanha de conscientização sobre o aleitamento materno, mas ainda não atingiu a meta desejada, daí a importância da sensibilização contínua.
Florinda Miranda e Silva aproveitou a ocasião para informar que o HRL tem na sua agenda a criação de um banco de leite humano, na futura Maternidade a ser construída de raiz em breve naquela unidade.
"Neste momento, estamos a ter treinamento com o núcleo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), para que tenhamos a experiência de Estados que, com poucas condições, conseguiram implementar bancos de leite", informou.
Fez questão de destacar que em Angola, apenas a Maternidade Lucrécia Paim tem um banco de leite. RJP/TC/CRB