Luanda – O Executivo angolano tem dado uma atenção especial ao sector da Saúde, apesar das limitações financeiras que o país atravessa, afirmou esta quarta-feira a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta.
A governante falava durante um encontro com o director-geral da Aliança Global de Vacinas e Imunização (GAVI) para Programas Nacionais, Thabani Maphosa, à margem da 77ª sessão da Assembleia Mundial da Saúde, que decorre de 27 de Maio a 1 de Junho, na cidade de Genebra, Suíça.
Sílvia Lutucuta mostrou-se satisfeita com o facto de Angola contar com o apoio do Banco Europeu (BE), para a aquisição da vacina contra o Papilomavírus Humano (HPV).
Esta instituição vai adquirir a quantidade necessária para o corrente ano, havendo, também, para 2025 uma promessa de crédito adicional da GAVI em apoiar Angola, com 50% do lote dessas vacinas.
"O Executivo tem estado a trabalhar a todos os níveis para manter estáveis os stocks das vacinas", disse a ministra angolana no encontro, que contou com a directora Regional da GAVI, Adriana Jimenez Cuen.
Na ocasião, o director-geral da GAVI felicitou o Executivo angolano pela forma como geriu o surto de cólera e por ter conseguido comprar vacinas com recursos próprios, para cobrir o calendário de vacinação.
Thabani Maphosa disse, também, que Angola consta da lista de países elegíveis para o pacote de financiamento na próxima aquisição de vacinas com suporte da GAVI.
Nos últimos anos, o Governo tem feito fortes investimentos no sector da Saúde, com a construção de novas unidades hospitalares, incluindo hospitais de referência, a fim de reduzir o peso da despesa com o envio de doentes para o exterior do país e melhorar a assistência interna.
Dados oficiais indicam que, entre 2017 e 2022, a mortalidade de crianças menores de cinco anos baixou de 167 para 75 por mil nascidos vivos, e o acesso aos cuidados primários de saúde triplicou, passando de 25% para 70% no mesmo período.
O Executivo investiu, com recursos do OGE e do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), nas infra-estruturas dos três níveis do Serviço Nacional de Saúde, tendo construído, ampliado, reabilitado e apetrechado com novos equipamentos 163 novas unidades sanitárias, 155 das quais para o primeiro nível de atenção.
Até 2023, o Serviço Nacional de Saúde contava com 13 Hospitais Centrais e de Especialidade, seis Institutos, 23 Hospitais Gerais e Provinciais, 172 Hospitais Municipais, 800 Centros de Saúde e 2.311 Postos de Saúde, perfazendo 3.325 unidades.
O número de camas hospitalares saiu de 13.426, em 2027, para 37.808, em 2022.
A malária continua a ser a doença mais notificada no país, verificando-se, entretanto, uma redução da taxa de letalidade de 0,31 para 0,17 entre 2017 e 2022.
Nesse período, aumentaram em 50% as unidades sanitárias de primeiro nível de atenção que fazem diagnóstico e seguimento das doenças crónicas não-transmissíveis que mais afectam a população, nomeadamente a hipertensão arterial e as diabetes. EVC/OHA