Ondjiva - As acções de vigilância contra a cólera nas comunidades urbanas e rurais da província do Cunene estão reforçadas com a instalação da equipa técnica multisectorial de resposta a eventuais casos da doença na região, afirmou, esta terça-feira, o chefe de Departamento de Saúde Pública e Controlo a Endemias no Cunene, Félix Satiohamba.
Ao intervir na reunião técnica de avaliação da situação epidemiológica da cólera, frisou que apesar da província não ter detectado qualquer caso suspeito é fundamental avançar com as acções de prevenção, formação e capacitação das equipas.
Fez saber que a comissão tem a responsabilidade de levar a cabo as acções de vigilância, busca activa, colheita, identificação e mapear as áreas de risco, pontos de água, distribuição e tratamento da água, comunicação de risco, engajamento comunitário e gestão de possíveis casos.
Para tal, precisou ser fundamental priorizar a formação do pessoal em termos de tratamento e gestão de casos da doença para estarem devidamente preparados para responder eventual surto da doença.
Explicou que a nível do Cunene, foram mapeados como área de risco os municípios da Cahama, Ombadja, Curoca que tiveram surto da doença em 2014, assim como o Cuvelai e a comuna do Evale.
Apontou ainda os mercados informais paragens de táxis e locais de maior aglomerado populacional como zonas de risco, assim como os bairros de Oshamukuio, Okapale e Cachila I (Ondjiva), devido a debilidade do fornecimento de água potável e o elevado índice de defecação ao ar livre.
Félix Satyohamba lembrou que equipas de vigilâncias encontram-se em prontidão para fazer a busca nas comunidades, enquanto o INEMA estará encarregue do encaminhamento de pacientes aos locais específicos.
O responsável apelou às famílias a reforçar acções de higiene, sublinhando que a prevenção deve iniciar dentro das residências com medidas de lavagem das mãos, manuseio correcto da alimentação e cuidados com as crianças.
Participaram do encontro, técnicos de saúde, da empresa de água, saneamento básico, organizações não governamentais, igrejas, associações, autoridades do poder tradicionais, entre outros parceiros.
Desde que foi declarado o surto da cólera a 7 de Janeiro, foram detectados mais de 500 casos da doença e o registo de 27 mortes, nas províncias de Luanda, Icolo e Bengo, Bengo e Malanje.
A cólera é uma infecção do intestino delgado, causado por bactérias vibrio cholerae, cujo sintoma principal é a diarreia aquosa e vómitos e cãibras musculares.FI/LHE/SEC