Namacunde – A coordenadora do Programa Nacional de Doenças Tropicais Negligenciadas, Maria de Almeida, reafirmou esta quinta-feira, em Namacunde, província do Cunene, o reforço das medidas de prevenção nas comunidades, visando a eliminação da dracunculose.
Maria de Almeida teceu estas considerações no encontro de apresentação da representante da Carter Center, Lúcia Verzotti, às autoridades do município do Namacunde.
A propósito, considerou necessário que as pessoas observem as medidas preventivas contra a doença provocada pela ingestão de água contaminada pelo verme, com acções práticas de ferver ou filtrar com um pano antes do consumo.
Fez saber que Angola consta do grupo de cinco países endémicos, desde 2020, e envida esforços para a erradicação da doença até 2030.
“Para concretização desta acção, fomos agraciados pela Carter Center que irá acompanhar e ajudar na promoção, definição de estratégias e práticas colaborativas de controlo e prevenção para a eliminação do verme da Guiné”, referiu.
Informou que actualmente o Cunene constitui o epicentro da doença, por ser a única província no país que reporta casos do género, razão pela qual será instalado, em breve, um escritório técnico para apoiar os trabalhos de campo.
Sublinhou que com o surgimento deste escritório, a missão será contribuir para o fortalecimento dos esforços conjuntos, criando um impacto positivo nas comunidades mais endémicas.
Maria de Almeida esclareceu que o verme da Guiné é uma doença tropical negligenciada, porque encontra-se em zonas tropicais e afectam sobretudo pessoas de comunidades vulneráveis e não dispõe de tratamento específico ou vacina para prevenção.
Por seu turno, o administrador municipal em exercício do Namacunde, Gilberto Tuleigepo, disse que a administração está aberta para dar o seu apoio.
Pediu maior colaboração e comunicação entre os parceiros da saúde envolvidos no combate à doença, nomeadamente a Organização Mundial da Saúde e a Carter Center.
A dracunculose, mais conhecida como doença do verme da Guiné, é uma parasitose invalidante causada pela saída por via cutânea da fêmea adulta do Dracunculus medinensis, um verme filiforme que pode atingir de 60 a 100 centímetros.
No período de 2019 a Outubro de 2024, a OMS confirmou no Cunene 131 casos de dracunculose, sendo três em humanos e 128 em animais (cães), concretamente nos municípios do Namacunde e Cuanhama. PEM/LHE/OHA