Luanda - Os cuidados com a saúde mental são fundamentais para a qualidade de vida e prevenção das doenças, daí a necessidade de se cuidar do físico-psíquico para uma existência saudável, activa e potente, defendeu, esta sexta-feira, em Luanda a coordenadora do Programa da Saúde Mental, Massoxi Vigário.
Em declarações à ANGOP, a propósito do ”Janeiro Branco”, mês dedicado às questões relacionadas à saúde mental, disse que a existência do ser humano depende da relação equilibrada entre o corpo e a mente.
Avançou igualmente que cuidar da saúde mental é fundamental, visto que impacta directamente na qualidade de vida da pessoa, no seu raciocínio, emoções, comportamentos e na maneira como se relaciona com os outros.
“A falta da saúde mental pode ajudar no desenvolvimento de problemas sérios como ansiedade, depressão e stress", frisou.
O Janeiro Branco é um movimento social dedicado à construção de uma cultura da saúde mental na humanidade, e o seu objectivo é chamar a atenção dos indivíduos para as necessidades relacionadas à saúde mental dos seres humanos.
Números
Questionada sobre a situação concreta no país, Massoxi Vigário referiu que o quadro de saúde mental em Angola é preocupante e delicado, de acordo com as estatísticas.
Segundo a responsável, até Outubro de 2022, o país diagnosticou 98 mil e 319 pessoas com perturbações mentais nos serviços psiquiátricos das unidades sanitárias em todo território nacional.
Dados divulgados à imprensa, no ano passado, atestam que em 2020 foram registadas 83 mil 485 pessoas com perturbações mentais, já em 2021 foram assistidas um total de 88 mil 280, um aumento de 4 mil 795.
Causas
Indagada sobre as principais causas, explicou que os principais grupos patológicos das doenças mentais que frequentemente ocorrem as unidades sanitárias são transtornos por consumo de álcool e drogas, humor, ideias delirantes, neuróticos, esquizofrenia e stress somáticos.
Neste leque de doenças os jovens têm liderado a estatística com uma faixa etária que vai dos 15 aos 50 anos de idade, deu a conhecer.
Frisou que a outra questão que merece atenção tem haver com a saúde mental das crianças, onde muitos estão sujeitos a uma grande vulnerabilidade, derivadas de várias doenças, entre as quais a malária.
Defendeu a necessidade da presença dos psicólogos nas escolas, salientando que existe um decreto presidencial que autoriza as escolas públicas e privadas a criarem gabinetes de apoio psico-pedagógico sobre a saúde escolar da criança bem como oferecer ferramentas para que o professor saiba diferenciar as necessidades dos alunos neste capítulo.
Em todo o mundo mais de 300 milhões de pessoas sofrem de alguma doença mental, pois a enfermidade está no grupo das 10 principais causas de mortes no planeta.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que a pandemia da Covid-19 criou uma crise global na saúde mental e estima que houve um aumento de 25 por cento nos casos de ansiedades e depressão e depressão.
O Dia Mundial da Saúde Mental, comemorado dia 10 de Outubro, foi instituído pela Federação Mundial da Saúde Mental em 1992 com o objectivo de alertar para os cuidados necessários à manutenção da saúde mental das pessoas.