Lubango – O hospital sanatório do Lubango regista desde Novembro último um índice de mortalidade "preocupante", com a media mensal a fixar-se nos dez óbitos.
A maior parte das vítimas faleceu porque chegou em fase terminal da doença ao hospital, optando antes pela terapia tradicional, o que tem gravado o estado clínico dos mesmos, assim como com níveis de intoxicação por raízes, informou, hoje, quarta-feira, o seu director-clínico, Loureço Kotele.
Em declarações à imprensa, o responsável disse que muitos doentes permanecem em casa sem assistência médica e medicamentosa, outros preferem procurar curandeiros e só procuram ajuda especializada às portas da morte.
Lourenço Kotele detalhou que só este mês, quatro pessoas morreram nessas condições, uma situação que preocupa, porque independentemente da maior parte das mortes acontecer no banco de urgência, há alguns que chegam a internar, mas não resistem.
“Os pacientes chegam com um quadro grave de complicações respiratórias, por permanecerem em casa sem nem uma assistência medicamentosa, alguns optam pela toma de remédios fitoterápicos com dosagem descontrolada, o que agrava ainda mais o seu estado”, frisou.
De Janeiro a presente data, o hospital sanatório registou 279 novos casos de tuberculose, sendo 162 com baciloscopia positiva e 113 doentes como baciloscopia negativa, tendo observado um abandono de tratamento de 36 pacientes. Dez pacientes morream.
Comparativamente ao igual período em 2021, registou um aumento de 35 casos positivos e uma redução de dez casos relativamente aos casos de abandono do tratamento. Os meses de Novembro e Dezembro de 2021 acumularam 22 mortes.