Luanda – A presidente do Colégio de Reumatologistas de Angola, Esperança Nicolau, lamentou, esta quinta-feira, em Luanda, o envio tardio dos pacientes às consultas de reumatologia, em consequência da falta de uma informação dos médicos de outras especialidades.
A doença reumática acomete o sistema locomotor, afectando as articulações, tendões, ossos, músculos, ligamentos e cartilagens. Estão entre as enfermidades reumáticas mais conhecidas as Osteoartrite, Osteoporose e Tendinite.
Em declarações à ANGOP, por ocasião do Dia Mundial da Doenças Reumáticas, que hoje se assinala, salientou que os médicos de outras especialidades, demoram em descobrir a real patologia que acomete o doente, e quando decidem pelo envio ao reumatologista já é tarde.
Porém, informou que cerca de 500 pacientes com doenças reumatológicas são acompanhados no país.
“ Somos chamados quando o diagnóstico já é reservado sem muita chance de salvar o doente, por isso é importante que os nossos colegas, de outras especialidades, enviem os pacientes atempadamente, para a devida intervenção”, sublinhou.
A reumatologista salientou que um doente diagnosticado a tempo e hora, com tratamento em cumprimento, a sua esperança de vida é longa, independentemente da idade e do diagnóstico.
Segundo a reumatologista, muitos são diagnosticados no estrangeiro, o que faz com que não haja uma estatística concreta.
Desafios no tratamento
Apontou a falta de especialistas em reumatologia, exames complementares de diagnóstico (analíticos e de imagens), bem como medicamentos como algumas preocupações enfrentadas pela classe.
De acordo com Esperança Nicolau, a falta de medicamentos no país é gritante e os moderadores da doença, onde em outras partes do mundo é gratuito, “ infelizmente” em Angola existem.
“Muitos dos pacientes com possibilidade financeira acorrem às farmácias no exterior do país (onde actualmente por se tratar de prescrição que não faz parte do país em causa, começam a ser rejeitados), enquanto os sem capacidade financeira simplesmente não fazem tratamento, porque quando aparece em nossas farmácias é extremamente caro”, frisou .
A título de exemplo referiu que uma lâmina de 10 comprimidos de hidroxicloriquina custa sete mil kwanzas e o paciente deve tomar todos os dias um comprimido.
Aconselhou as pessoas que sentem dor e inflamação a nível das articulações, com histórico familiar, a recorrerem ao reumatologista.
Carência de especialistas em reumatologia
Esperança Nicolau disse que Angola possui apenas oito especialistas na área e precisa de, pelo menos, cinco médicos em reumatologia em cada província.
Actualmente, frisou, o Colégio de Reumatologia tem três médicos a se especializarem no Brasil. EVC/ART