Luanda – A Rede Integrada de Serviços de Saúde Mental em Angola (RISSM) assistiu, de 2020 ao primeiro semestre de 2023, 359 mil e 579 pessoas com perturbações mentais, informou, esta terça-feira, o secretário de Estado da Saúde Pública, Pinto de Sousa.
O responsável avançou essa informação na abertura da 11ª Conferência sobre “Saúde Mental Infanto-Juvenil”, em alusão ao Dia Mundial da Saúde Mental, que se assinala hoje, 10 de Outubro.
No seu discurso, fez saber que as perturbações mais frequentes são transtornos por uso de drogas, psicótico por uso de álcool, esquizofrenia, ideias delirantes, estresse, neuróticos secundários e transtornos de humor e somatomorfos.
“Em Angola, num período de três anos e meio, duas mil e 15 pessoas morreram por suicídio (segundo dados do SIC), na faixa mais prevalente e produtiva dos 15 aos 50 anos de idade, sendo o sexo masculino o de maior relevância", explicou o gestor público.
O secretário de Estado da Saúde Pública referiu que deste número, por cada morte ocorreram 20 tentativas, e que este fenómeno não escolhe classes, género, idade ou região cultural.
Citou como principais determinantes sociais e económico da saúde mental, condições laborais, de habitação e desemprego, educação, pobreza, violência de género, experiências precoces, nível de urbanização, descriminalização sexual, interacção familiar, exclusão social, estigma, cultura e vida stressantes.
No entender desse dirigente, é importante levar-se em conta o conhecimento dos determinantes sociais e económicos da Saúde Mental numa perspectiva da Saúde Pública e a sua relevância para a redução global de doenças e melhoria da saúde mental das populações.
"(....) As doenças mentais também afectam o desenvolvimento de um país, por causa de incapacitação e de aumento de índice de mortes por suicídio", aclarou Pinto de Sousa .
Os desafios do sector, disse, passam pelo reforço dos serviços e aumento dos recursos humanos, que vem sendo feito de forma progressiva com os últimos concursos públicos de ingresso ao MINSA, que contempla a entrada de médicos, enfermeiros, psicólogos clínicos e da saúde.
"A Saúde Mental é um termo amplo, e nem sempre é fácil a sua definição ou a identificação daquilo que a determina. Da mesma forma que a saúde não é apenas a ausência de doença, também a saúde mental é mais do que apenas a ausência de perturbações mentais", comparou.
Salientou que a Saúde mental é um direito humano universal, pois o tema do dia Mundial dessa efeméride é uma verdade inegável, pelo que o mais importante agora é encorajar acções para promover e proteger a saúde mental para todos e em todos os lugares.
"Encorajamos igualmente os presentes, a Comunicação Social e a população em geral a aderirem à campanha do Dia Mundial dessa doença para se aumentar a sensibilização para este dia, que visa fundamentalmente o combate ao estigma e preconceito e maior acessibilidade e disponibilidade dos serviços de saúde mental", expressou.
Apelou, de igual modo, a todos a falarem sobre problemas de saúde mental e partilharem as boas práticas, como socializar, ter uma boa noite de sono, fazer refeições saudáveis, criar bons relacionamentos e definir objectivos diários sem elevar expectativas, para se acabar com o estigma e o preconceito.
O Dia Mundial da Saúde Mental está a decorrer sob o lema "Saúde Mental - Um direito humano e universal". SL/MDS