Luanda – Cento e vinte pessoas buscam ajuda para a saúde mental, no hospital psiquiátrico de Luanda, dentre as quais sete a 10 são oriundos de stress pós-traumático, informou, sexta-feira, o médico psiquiatra Jaime Sampaio.
Em declarações à ANGOP sobre “Traumas não tratados”, o especialista referiu que a psiquiatria de Luanda ainda regista ocorrências de pessoas com stress pós-traumático, resultantes de traumas do período colonial e do conflito armado que o país viveu.
O stress pós-traumático é um tipo de transtorno de ansiedade que pode se desenvolver em pessoas que vivenciaram um evento traumático. Essa condição causa sofrimento intenso e prejuízos a vários aspectos da vida.
Segundo Jaime Sampaio, por causa do conflito armado que Angola enfrentou, pessoas tiveram que abandonar as suas zonas de origem deixando para trás as suas casas/bens, e estas apresentam revivescências da “boa vida” que um dia tiveram e como consequência despoletam o stress pós-traumático.
O psiquiatra revelou ainda, a existência de pessoas na faixa etária dos 10 aos 19 anos, que têm estado a apresentar lesões por auto-agressão. “São as meninas que se vão cortejando nos braços ou nas coxas em consequência de diferentes traumas, entre eles o bullyng”, lamentou.
Sobre o bullyng, exortou os pais a terem em atenção situações em que os filhos já não queiram ir à escola, tendo apontado como indicador principal deste fenómeno, aconselhando a procurarem ajuda junto das unidades sanitárias de saúde mental.
Diferentes especialistas defendem que, cuidar da saúde mental é fundamental, visto que impacta directamente na qualidade de vida da pessoa. Isso vale desde criança, para evitar que se prolongue com o passar do tempo.