Luanda - Seis mil raparigas e dois mil rapazes nas províncias do Namibe, Cunene, Benguela, Huíla e Luanda beneficiam de informação sobre saúde reprodutiva e meios de higiene pessoal no âmbito do Projecto Salvaguarda da Juventude.
Implementado pelos ministérios da Juventude e Desportos (Minjud) e da Acção Social, Família e Promoção da Mulher (Masfamu), o programa é um projecto da SADC, a que Angola aderiu esse ano, inserido na ideia de abordar a questão da saúde menstrual sem tabús.
A informação foi divulgada hoje, sexta-feira, em Luanda, pelo secretário de Estado para a Juventude, Fernando João, na abertura da primeira Conferência Nacional sobre Educação Menstrual, alusiva ao dia Internacional da Higiene Menstrual (28 de Maio).
O programa, esclareceu, vai permitir que os beneficiários tenham formação e informação através de palestras e bancadas, sem tabús, sobre a questão de saúde menstrual.
A ideia fundamenta que o acesso a informação técnica de qualidade vai facilitar o acesso a produtos de higiene menstrual para as meninas.
Por sua vez, a secretária de Estado do Masfamu, Elsa Barber, reiterou que a educação menstrual é imprescindível para o empoderamento das meninas em fase de descoberta e mudanças físicas, psicológicas e sociais, e ajuda na tomada de decisões assertivas e a prevenir-se de possíveis gravidezes.
Esclareceu que o Masfamu apoia a cooperativa Nayuca, direccionada essencialmente a produção de produtos de higiene menstrual para distribuir as raparigas mais vulneráveis.
Dados do Fundo das Nações Unidas para a População, apresentados pelo representante em Angola, Madye Biaye, indicam que em Angola existem 10 milhões de raparigas em idade reprodutiva e uma taxa de gravidez precoce de 63 por cento.
“Promover a saúde e a higiene com dignidade, ajuda a reduzir o estigma para melhor combater a gravidez precoce e o abandono escolar”, frisou.
A data instituída pela Nações Unidas em 2014, visa reflectir sobre a importância deste tema, em particular na vida das mulheres e das sociedades.