Ndalatando – Quatrocentos mil 327 mosquiteiros, impregnados como insecticida, foram distribuídos à população nos dez municípios da província do Cuanza Norte, no quadro do programa Zero Malária Começa Comigo , que visa o combate e prevenção da doença.
A distribuição de mosquiteiros abrangiu 733 mil 419 cidadãos, deste número 26 mil 497 são gestantes e 107 mil 646 crianças menores de cinco anos de idade.
O programa Zero Malária Começa Comigo está a ser implementado pelo Ministério da Saúde, em parceria com a organização não governamental Serviço Internacional para a População (PSI).
No Cuanza Norte, a campanha iniciou no mês de Abril e decorreu em duas fases. A primeira aconteceu de Abril a Junho e a segunda esta a decorrer desde o mês de Julho.
A campanha abarcou inicialmente, o cadastramento das famílias, seguido da distribuição e sensibilização dos beneficiários sobre a importância do uso correcto do mosquiteiro para a prevenção da malária.
Quatrocentos e 57 activistas asseguraram a campanha de distribuição de mosquiteiros impregnados nos dez municípios do Cuanza Norte.
Com 286 mil 281 mosquiteiros distribuídos, o município de Cazengo (sede provincial) é a região do Cuanza Norte com maior número de famílias beneficiadas, seguido de Cambambe, com 155 mil, 235 famílias e Ambaca com108 mil,744 agregados.
Panorama da Doença na Província
No entanto, a malária continua a representar a principal causa de mortalidade hospitalar no Cuanza Norte. No primeiro trimestre deste ano aconteceram 151 óbitos, dos 195.035 diagnósticos positivos da doença, registados pelas autoridades sanitárias da província.
Dados do Programa Provincial de Luta contra a Malária, a que a Angop teve acesso hoje ( terça-feira) indicam a redução de 14 casos no número de óbitos e de menos 17.779 testes positivos de paludismo em relação ao primeiro semestre de 2021.
Sobre a Doença
A malária é uma doença curável e evitável, potencialmente fatal, causada por parasitas que são transmitidos às pessoas através da picada de fêmeas do mosquito Anopheles infectadas.
Existem cinco espécies de parasitas que causam malária em humanos e duas dessas espécies – Plasmodium falciparum e Plasmodium vivax – representam a maior ameaça.
O protozoário é transmitido ao homem pelo sangue, geralmente através da picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por Plasmodium ou, mais raramente, por outro tipo de meio que coloque o sangue de uma pessoa infectada em contacto com o de outra, sadia, como o compartilhamento de seringas (usuários de drogas), transfusão de sangue ou até mesmo da mãe para feto, na gravidez.
Os sintomas mais comuns são: calafrios, febre alta (no início contínua e depois com frequência de três em três dias), dores de cabeça e musculares, taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos), aumento do baço e, por vezes, delírios.
No caso de infecção por Plasmodium falciparum, também existe uma chance em dez de se desenvolver o que se chama de malária cerebral, responsável por cerca de 80% dos casos letais da doença. Além dos sintomas correntes, aparece ligeira rigidez na nuca, perturbações sensoriais, desorientação, sonolência ou excitação, convulsões, vômitos e dores de cabeça, podendo o paciente chegar ao coma.
O tratamento da malária depende de alguns factores, como, a espécie do protozoário infectante; a idade do paciente; condições associadas, tais como gravidez e outros problemas de saúde; gravidade da doença.
Em geral, após a confirmação da malária, o paciente recebe o tratamento em regime ambulatorial, com medicamentos que são fornecidos gratuitamente em unidades d de saúde. Os casos graves são hospitalizados de imediato.
Existem medidas de prevenção individual da doença como uso de mosquiteiros impregnados ou não com insecticidas, roupas que protejam pernas e braços, telas em portas e janelas, uso de repelentes e colectivas - drenagem, obras de saneamento para eliminação de criadores do vector, aterro, limpeza das margens dos locais de multiplicação, modificação do fluxo da água, controle da vegetação aquática, melhoria da moradia e das condições de trabalho e uso racional da terra.