Luena – Os profissionais de saúde do Moxico sugeriram uma maior abrangência e eficácia do Plano de Formação de Quadros da Saúde para se diminuir o déficie de técnicos especializados nos hospitais de referência e ao nível dos Cuidados Primários de Saúde (CPS).
Em declarações à ANGOP, sobre a perspectiva do sector para o quinquénio 2022/2027, defendem a reestruturação do Plano de Formação de Quadros, que deverá cingir-se na especialização de profissionais de saúde nos hospitais em que trabalham, transformando-os em Hospitais-Escolas, bem como alternar com o exterior do país.
Director do HGM, Tiago Mário
O director do Hospital Geral do Moxico (HGM), Tiago Mário, afirmou que a unidade hospitalar por si dirigida tem condições técnicas e tecnológicas para formar médicos, enfermeiros e técnicos de diagnóstico terapêuticos especializados, bastando reestruturar-se o Plano de Formação de Quadros.
“A ideia é que esses quadros sejam formados a nível local ou fora do país, mas com um programa bem estruturado, que, se for bem concebido, em cinco anos, a província do Moxico teria especialistas qualificados com as valências do Hospital Geral do Moxico”, assegurou.
HGM, maior unidade sanitária da província
Igualmente pediatra, Tiago Mário defendeu o aumento de médicos angolanos para se diminuir o “excesso de profissionais expatriados”, melhorar a assistência sanitária e a humanização dos serviços, no ambito do processo de formação sustentada de quadros e onerar menos o Estado.
Tiago Mário reiterou que a melhoria da qualidade dos serviços sanitários está, igualmente, na necessidade de se priorizar os Cuidados Primários de Saúde (CPS), que contempla a plena funcionalidade dos postos, centros e hospitais municipais.
Relativamente ao HGM, defendeu a ampliação dos serviços de consultas externas, pediátricos, instalação da área de anatomia patológica, um banco para os serviços de neonatologia, melhoria dos cuidados intensivos.
Ilda Cândida Campos, única cardiologista do Moxico
Por sua vez, a médica cardiologista do HGM, Cândida Ilda Campos, é de opinião que durante o próximo quinquénio o Governo deverá estimular os profissionais de saúde com condições sociais.
A única cardiologista da província reconheceu ter havido uma melhoria salarial, porém encoraja que há que se fazer mais com os técnicos especializados, dando-lhes mais dignidade.
Por sua vez, Isabel Martins, enfermeira do Hospital Geral do Moxico (HGM), advogou para que se construa um Hospital Pediátrico para descongestionar a secção do HGM que trata sobre crianças.
CPS são essenciais para desafogar Hospitais de referência
O director municipal da Saúde do Luau, Simão Suco, espera que haja mais valorização em termos de salário e condições de trabalho para que o profissional sinta-se motivado a prestar serviço com maior qualidade.
O responsável reforçou que é preciso que o profissional da saúde trata o seu local de serviço como de sua casa fosse, mas, para tal, deve-se criar condições básicas, desde alimentação, ambiente de trabalho e outros.
Novo hospital do Luau em fase conclusiva
A província possui mais de dois mil e 200 profissionais, dos quais 126 médicos, 220 enfermeiros licenciados e 877 médios, 174 técnicos superior e médios de diagnóstico terapêutico, 326 pessoal administrativo e 441 de apoio hospitalar.
Em termos de rácio, a província conta com um médico para perto de sete mil habitantes, número que contrasta com a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que define um médico para cada mil habitantes.