Huambo –Cento e 20 profissionais de saúde do Hospital Geral do Huambo começaram a ser capacitados, esta sexta-feira, sobre atendimento e tratamento pré-hospitalar e hospitalar de eventuais casos de cólera.
A formação, que compreende várias fases, decorre na sala pedagógica da maior unidade sanitária da província e termina a 24 do corrente mês, estendendo-se a mais de dois mil profissionais da instituição, desde médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêutico, pessoal administrativo, de limpeza, protecção física, entre outros.
Em declarações à imprensa, o director do Hospital Geral do Huambo, Joaquim Isaac, disse que caso haja doentes com cólera, prontamente serão atendidos, por esta ser a unidade sanitária de referência da província.
Apontou que os profissionais, de forma multidisciplinar, estão a ser capacitados também para sensibilizar a população nas comunidades sobre os cuidados a ter e as medidas necessários de prevenção.
Áreas de atendimento
Joaquim Isaac informou que o hospital criou uma área específica para o atendimento de eventuais casos de cólera, com 12 camas, que podem ser ampliadas para 20, sem qualquer risco de contaminação.
Acrescentou que estão a ser montadas duas tendas de triagem, na entrada da unidade sanitária, onde estarão profissionais a atender os possíveis casos que acorrerem ao hospital com sinais de diarreia e vómitos, para a triagem e o devido encaminhamento.
O responsável disse que têm uma logística preparada com fármacos e soros, além de materiais de higiene, como a lixívia e o sabão, para o atendimento de provaveís casos da doença.
Por seu turno, o chefe do departamento de Saúde Pública na província do Huambo, Valentim Catolo, disse que o sector precisa de estar preparado, a todos os níveis, para saber como enfrentar a doença.
Referiu ser importante que os profissionais sejam formados sobre as matérias de gestão de casos e biossegurança, para não se infectarem, numa altura em que a província não tem registo de nenhum caso de cólera.
Informou que a província do Huambo está preparada e cada unidade sanitária municipal criou um espaço para acomodar doentes, tendo em conta que não podem ser transferidos, pois devem ser dadas respostas aos casos no local onde surgirem.
A par disso, reafirmou a continuação das actividades de sensibilização e prevenção da população nas igrejas, mercados, escolas, entre outras zonas públicas e privadas, para que, caso surja a doença, não crie colapsos ao sistema de saúde da província.
Segundo os dados do Ministério da Saúde, Angola regista, actualmente, 422 casos suspeitos de cólera e reporta a ocorrência de 24 óbitos, nas províncias do Bengo, Icolo e Bengo e Luanda.
Na província do Huambo, os últimos casos de cólera ocorreram entre 2013 e 2014, com o registo de 134 casos, nove óbitos e uma taxa de letalidade fixada na ordem dos 7%, que atingiram os bairros Benfica, Macolocolo, São Pedro, Rua do Comércio e Canhe, na periferia da cidade do Huambo. ZZN/JSV/ALH