Lisboa (Da correspondente) - As gémeas siamesas angolanas que foram separadas, em Julho do ano em curso, no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, receberam alta quarta-feira, depois de um longo período em observação do seu estado clínico.
As irmãs, que nasceram ligadas pela região abaixo do umbigo e pela região pélvica, vieram para Portugal há cerca de um ano para serem separadas.
As irmãs de quatro anos de idade estiveram 14 horas no bloco operatório com uma equipa médica multidisciplinar, tendo o centro hospitalar universitário de Lisboa central contado com a colaboração de 40 profissionais de saúde.
O director dos serviços de cirurgia pediátrica do Hospital D. Estefânia, Rui Alves, disse que foi concluído o primeiro ciclo de tratamento das gémeas, tendo ressaltado como um período bastante importante, em que foi feita a consolidação do estado clínico das meninas para permitir a alta e fundamentalmente o seguimento ortopédico.
O médico agradeceu à embaixada e ao Governo de Angola por todo apoio prestado às gémeas e à mãe desde o alojamento, entre outros.
"O objectivo desta cirurgia não foi só a separação das gémeas, mas dar-lhes todas as condições que lhes possibilitem uma melhor qualidade de vida e autonomia, o que só foi possível por haver uma boa relação dos cuidados de saúde entre Angola e Portugal", referiu.
Por sua vez, a mãe das crianças, Vitorina Silva, agradeceu toda equipa do hospital por terem dado outra vida às crianças e à família.
Depois deste período, segue-se o da recuperação e acompanhamento médico, para garantir que o sucesso obtido neste primeiro ciclo de tratamento não seja afectado por qualquer complicação relacionada com a operação.
Por esse facto, as gémeas terão que permanecer em Portugal por mais algum tempo, sempre acompanhadas por equipas do Hospital de D. Estefânia, ao abrigo do protocolo de cooperação entre Angola e Portugal. EJM/VM