Lubango - As autoridades sanitárias do Lubango estão a diagnosticar, desde a segunda quinzena de Fevereiro, do ano em curso, altura do início do pico da malária, mais de mil casos/semana, situação que preocupa a direcção municipal da Saúde, que alerta para a prevenção.
Só nos últimos dias a direcção municipal da Saúde registou mil 503 casos da doença, números que possivelmente vão se manter “altos” até a primeira semana de Abril, altura do fim do pico da malária, altura em que cessam as chuvas, dizem as autoridades.
O aumento de casos de malária está associado a factores climáticos e o nível de água dos rios, sendo que a chuva contribui para a alteração da consistência vectorial, além de proporcionarem o meio aquático para a fase do ciclo de vida dos mosquitos, aumentando nas condições de humidade e a longevidade dos vectores.
Em épocas normais, o número de casos ronda de 100 a 150 casos por semana e a idade com maior incidência varia dos 15 aos 49 anos de idade, segundo a directora municipal da Saúde no Lubango, Anita Catihe.
Em relação a mortalidade, a responsável, em declarações à ANGOP hoje, quarta-feira, disse não dispor ainda das estatísticas, pelo facto de não ter um hospital terciário sobre sua tutela, pois os pacientes graves são atendidos em hospitais de referência.
Entre os epicentros, segundo a fonte, está a comuna do Hoque, razão pela qual redobrou-se o serviços de sensibilização e testagem, com uma feira de saúde montada no local.
“Estamos a ter casos que nos põe em alerta, porque as pessoa com malária estão a chegar aos centros, postos e hospitais muito tarde, já com anemia severa, o que é muito preocupante”, manifestou.
A par da deslocação de uma equipa para fazer um rastreio e consultas no Hoque, acrescentou estar em curso acções de fumigação para matar o mosquito adulto e tratamento dos criadouros em todos os bairros para eliminar a larva.
Apelou as pessoas a cooperarem com os trabalhos, pós a última vez que fizeram a fumigação, a população de um dos bairros apedrejou a viatura de serviço, que ficou com os vidros quebrados.
O Lubango conta com uma rede sanitária composta 52 unidades, destas 28 postos de saúde, 22 centros de saúde e dois hospitais municipais, destes um missionário da Igreja Católica, localizado no Toco, e outro “Olga Chaves”, em arredores da cidade.
O município do Lubango tem uma população estimada em um milhão, 51 mil 775 habitantes e tem cinco comunas, nomeadamente a sede, da Huíla, da Arimba, do Hoque e da Quilemba.
Transmitida aos seres humanos pela picada de certos tipos de mosquitos, a malária mata mais de 600 mil pessoas todos os anos, 95% das quais em África, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). No continente, mais de 80% das mortes são de crianças com menos de 05 anos. EM/MS
