Cuchi - Pelo menos 50 parteiras tradicionais do município do Cuchi, a 93 quilómetros a Oeste da capital do Cuando Cubango, receberam, esta segunda-feira, depois da formação, kits para o adequado desempenho da profissão junto das comunidades locais.
A formação das parteiras aconteceu durante o Conselho Municipal da Família no Cuchi, sob lema “Investir nas famílias e no alcance das metas dos objectivos do desenvolvimento Sustentável”, orientado pelo seu administrador, Joaquim Assureira Catarina de Oliveira.
Na abertura, o director provincial da Acção Social, Família e Igualdade do Género em Exercício no Cuando Cubango, Eugénio Bundi, indicou que as parteiras tradicionais, enquanto prestadoras de saúde reprodutiva, exercem diversas tarefas, como o encaminhamento ao parto institucional, quando há dificuldades para o fazer.
Destacou o papel das parteiras tradicionais como promotoras do registo de nascimento, valores morais, éticos e culturais, a par de serem agentes de desenvolvimento comunitário de relevo junto das comunidades onde residem e não só, dando respostas eficazes na prevenção de comportamentos de risco do casamento e gravidez precoces.
Incentivou-as no sentido de continuarem, junto das comunidades, a promover palestras sobre o casamento e gravidez precoces, porquanto este fenómeno pode repercutir no seu desenvolvimento integral, sendo que são tidas como o futuro do amanhã.
“A educação sexual, o planeamento devem ser motivos de palestras”, reiterou o responsável, para quem é com o planeamento que uma mulher ou o casal pode determinar quantos filhos deseja ter, tendo, na ocasião, enaltecido o papel que essa classe tem exercido nas comunidades do Cuchi.
O administrador municipal do Cuchi, Joaquim Assureira Catarina de Oliveira, na sua intervenção, destacou a importância das parteiras tradicionais junto das comunidades, para quem é preciso elevar a consciência familiar através da criação do Conselho Municipal da Família.
Para o gestor, com o conselho será possível promover mais acções em prol das famílias, o reforço das instituições nacionais, com foco especial às mulheres, crianças, idosos, jovens e pessoas com deficiência.
Na ocasião, as parteiras defenderam a atribuição de uma identificação no sentido da sua profissão ser reconhecida junto das comunidades, bem como apoio regular com os kits completos, para maior e melhor exercício da sua profissão.
As participantes foram capacitadas sobre o aproveitamento demográfico para o desenvolvimento sustentável, a consciência familiar quanto ao espaçamento reprodutivo com foco nos benefícios para a saúde e sobre o casamento, união de facto e herança à luz do direito familiar. ALK/PLB