Luanda - A mortalidade de crianças menores de cinco anos baixou de 167 para 75, por mil nascidos vivos, afirmou hoje, em Luanda, o Presidente da República de Angola, João Lourenço.
Ao dirigir a Mensagem sobre o Estado da Nação, por ocasião da Sessão Solene de Abertura do Ano Parlamentar 2023-2024 da V Legislatura, João Lourenço referiu que o acesso aos cuidados primários de saúde triplicou, tendo passado de 25% para 70%.
Segundo o Presidente, entre 2017 e 2022, a esperança média de vida dos angolanos aumentou quatro anos, tendo passado de 58 para 62 anos.
Fez saber que se investiu nas infra-estruturas dos três níveis do Serviço Nacional de Saúde. “Foram construídas, ampliadas, reabilitadas e apetrechadas com novos equipamentos 163 novas unidades sanitárias, 155 das quais para o primeiro nível de atenção”.
Informou que o Serviço Nacional de Saúde conta, hoje, com 13 hospitais centrais e de especialidade, seis institutos, 23 hospitais gerais e provinciais, 172 hospitais municipais, 800 centros de saúde e 2.311 postos de saúde, perfazendo 3.325 unidades.
Referiu que, em seis anos, foram adicionados ao serviço nacional de saúde 24.382 camas hospitalares, totalizando 37.808.
Adiantou que houve um aumento nos serviços especializados de hemodiálise, passando de três províncias com esse serviço para 10 províncias, tendo actualmente uma capacidade de atendimento de mais de três mil utentes, por semana.
Construção de hospitais
O Presidente da República afirmou que foram construídos oito hospitais de referência nacional que propiciou o ingresso de mais profissionais neste sector.
Só na última legislatura, ingressaram para o serviço público de saúde 41.093 novos profissionais, de entre médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêutica, técnicos de apoio hospitalar e técnicos do regime geral.
Salientou que praticamente todos os médicos formados no país e no exterior foram enquadrados e cerca de 80% dos funcionários foram colocados nos municípios e promovidos 53.461 funcionários do sector da saúde.
“Estamos empenhados em reforçar a aposta na municipalização dos cuidados de saúde primários, cujos resultados revelam ter sido encorajadores”, assegurou.
Fez saber que o volume de consultas a este nível aumentou em 71%, reflectindo-se na melhoria dos principais indicadores de saúde materno-infantil.
Com os cuidados primários de saúde, através da campanha “Nascer livre para brilhar”, se está a aumentar o acesso de mulheres grávidas ao diagnóstico de VIH nas consultas de pré-natal e o aumento do tratamento para as positivas, resultando num aumento da cobertura e na redução da transmissão do VIH de mãe para filho de 28% para 15%.
Frisou ainda que a malária continua a ser a doença mais notificada no país, verificando-se, entretanto, uma redução da taxa de letalidade de 0,31 para 0,17 entre 2017 e 2022.
Foram aumentados para 50% as unidades sanitárias de primeiro nível de atenção que fazem diagnóstico e seguimento das doenças crónicas não transmissíveis que mais afectam a população, nomeadamente a hipertensão arterial e a diabetes.
Adiantou que a carteira de projectos a nível central prevê 31 projectos de investimento público, com destaque para 14 hospitais gerais, três hospitais materno-infantis de nível terciário, 10 unidades de tratamentos especializados, com realce para os futuros hospitais dos Queimados, de Oncologia, de Traumatologia e de Oftalmologia. Foi já reinaugurado o Hospital Especializado Neves Bendinha.
Revelou que, no próximo mês, será inaugurado o Hospital Geral de Caxito e que perspectiva-se, para o próximo ano, inaugurar um elevado número de hospitais, concretamente no Sumbe (Cuanza Sul), Ondjiva (Cunene), Ndalatando (Cuanza Norte), Viana, Cacuaco e Pedalé (Luanda) e no Luau (Moxico).
Para o Chefe de Estado, serão ainda construídos os hospitais gerais da Catumbela (Benguela), do Bailundo (Huambo), do Dundo (Lunda Norte), de Malanje, Hospital Militar Principal (Luanda) e de Mbanza Kongo (Zaire).
Ao nível local, no âmbito do PIIM, estão em construção 163 unidades sanitárias que vão aumentar a cobertura nos níveis de proximidade.
Adiantou que, até 2027, perspectiva-se admitir cerca de 10.800 médicos e 78.500 enfermeiros para integrarem as unidades sanitárias em construção e a construir. EVC/OHA/ADR